Uma Arvore Cortada é mais que uma vida, são muitas vidas além...O ar que respiramos depende delas nossas amigas Arvoress

Senso comum, lei ou bom senso?

Na última sexta à noite, na Casa da Cultura de Bertioga, aconteceu o
Seminário - Eu Surfo na Mata Atlântica, que reuniu um bocado de gente
que já entendeu que a questão ambiental é social. Que o mar, a
vegetação, as cidades e as pessoas interagem como se fossem uma coisa
só.

Claro, não poderíamos passar por um evento ligado ao surf e ao meio
ambiente sem tocar na ferida da recente chacina das árvores da orla,
que,além de incorporadas à vida de muita gente, não eram apenas
chapéus de sol. Havia outras espécies.

E não eram as únicas a “atrapalhar” o projeto ilegítimo da nova
orla...Ao longo da praça há mais espécies na mira dos tratores. E
precisamos ficar de olho porque a vida antecede a lei

Questão de cidadania: ou muda o projeto para conservar as espécies
remanescentes ou esta “obra” nascerá de mal com a cidade...

Há algo maior que as pessoas estarem de bem com as obras da cidade? Se
há, isto deve ser esclarecido pelos que arrotam sustentabilidade sem
se importarem com a cidadania.

A consciência humana é anterior aos aspectos legais, assim como a
cidadania é prioritária aos interesses privados.

Foi dito pelo secretário do meio ambiente que houve um estudo
minucioso da questão antes de optarem pela derrubada. Pareceu até
opção, viu?... Fez parecer natural assassinar trinta árvores de meio
século ou mais, por razões estéticas.

Aliás, o tal estudo não veio a público. Apenas a informação de que as
espécies derrubadas na orla seriam compensadas no quintal de casa...
Sei lá onde, mas bem longe da praia. Na praia -- histórica razão de
ser da cidade -- fica a impressão de que agora só cabe a estética
importada, imposta pela administração pública a serviço de interesses
privados.

Além disso, tivemos do secretário uma suspirada confissão: - “não
pensem que não dói derrubar árvores. Qualquer um fica incomodado
diante de uma árvore derrubada”.

Concordamos, secretário.

O que nos faz diferentes é o fato de que muitos não aceitam a idéia de
dizer sim quando querem dizer não...A isto, chamo consciência.

Sem minimizar o crime da orla, penso que a questão nos traz algo
maior, recorrente e preocupante, porque a normalidade vive de
precedentes.

Nesta mesma semana do meio ambiente foi divulgado pela SOS Mata
Atlântica que Bertioga consta do relatório Atlas de Remanescentes
Florestais da Mata Atlântica 2008-2010 como o município que mais
desmatou no Estado de São Paulo. E que tais dados são creditados ao
desmatamento no loteamento Riviera de São Lourenço.

Dramático! A cidade devia se envergonhar deste holocausto!

Mas não...Hipocritamente, em nome da cidade, através do CONDEMA foi
dirigido um ofício à Fundação SOS Mata Atlântica informando que as
derrubadas foram legais, que a cidade se sente onerada em sua imagem,
que isso e aquilo...

Patético!

Patético, também, porque neste caso o equívoco insustentável está em
um conceito de desenvolvimento que assimila como justa a derrubada
“legal” de Mata Atlântica. Mesmo que vise "funções sociais vitais"
para a sustentabilidade como a prática de golfe, por exemplo.

E podemos estender o ridículo a todo e qualquer processo de
desenvolvimento onde o fútil e o ilegítimo geram passivos
irrecuperáveis.

Para haver  um futuro sustentável é preciso preservar os aspectos
socioambientais envolvidos e questionar a tecnocracia míope, através
da qual, a simples compensação cria ares de remédio para danos
permanentes.

A despeito de todos sabermos o valor da Mata Atlântica, e isso inclui
nossa restinga, a devastação acontece sob leis criadas para favorecer
interesses sórdidos que se nutrem da vida...Geram sua prosperidade
através da miséria coletiva... Desmatam e alegam a lei, invertendo a
ordem dos fatos, dissimulando a inconsciência de seus próprios
projetos... Desmatam porque, das autorizações aos operadores de
máquinas, há pessoas que dizem sim quando querem dizer não...

Dizem que estão autorizados pela lei a destruir a vida, “porque é
assim que a vida deve ser”.

Dói...Claro que dói, senhor secretário...

Dói porque muito antes da legislação autorizar a pena de morte para  a
diversidade, o caso é de consciência. A insanidade começa pelos
projetos que, sequer, consultam a população, ainda que esta seja a
maior interessada.

Dói ver o roubo descarado do futuro de todos depender de leis que
contemplam os sonhos de poucos.

Dói saber que somos da mesma espécie, dependemos do mesmo meio
ambiente e partilharemos o mesmo futuro.

Justificar o extermínio de vida com a lei não disfarça a inconsciência!


Geraldo Varjabedian



E amigo matar arvores,destruir matas para campos de golf,não acredito que fazem isto com consciencia .
Pensam em si em nada mais.
Se Zona Ecologica Economica 5 liberar Bertioga do Centro até Jardim São Lourenço nem sei o que poderá acontecer a ultima praia virgem do SP,e areas exclusivas que a Biodversidade de Bertioga abrange.
Triste semana de meio ambiente.

www.sositaguare.blogspot.com

É Geraldo.

Quando a gestão pública diz que: surfa a passos largos e de braçada. É um atentado contra a moral do coletivo. “Fazer-se de ignorante para chama-lo de ignorante.”
Coletivo, é a razão para a sua existência, justificada pela sua dedicação, natural ser por ele então a garantia do emprego e salário. “esta solução de vida se respeitada pode ser até um sacerdócio, jamais será opção de vida”.
Vivemos entremeados a tantas mentiras, cada uma delas com participação na predação, implorando para serem chamadas de cidadãs.
tupy

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