A PALAVRA RELIGIÃO NO BRASIL BEM ANTES DAS CIVILIZAÇÕES INDIGENAS , SEGUNDO ANTROPOLOGIA , VIERAM DA AFRICA .

religião no Brasil é muito diversificada e caracteriza-se pelo sincretismo. A Constituição prevê a liberdade de religião e a Igreja e o Estado estão oficialmente separados, sendo o Brasil um Estado laico.[1] A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de intolerância, sendo a prática religiosa geralmente livre no país. Segundo o Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2005, elaborado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, a "relação geralmente amigável entre religiões contribui para a liberdade religiosa" no Brasil.[2] O Brasil é um país religiosamente diverso, com a tendência de mobilidade entre as religiões e o sincretismo religioso.[3]

Estatísticas[editar | editar código-fonte]




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Religiões no Brasil(Censo de 2010)[4]
  Catolicismo romano (64.6%)
  Protestantismo (22.2%)
  Sem religião (8%)
  Espiritismo (2%)
  Outro (3.2%)
A população brasileira é majoritariamente cristã (87%), sendo sua maior parte católico-romana (64,4%).[5] Herança da colonização portuguesa, o catolicismo foi a religião oficial do Estado até a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico. Também estão presentes os movimentos básicos do protestantismoadventismobatistasevangelicalismoluteranosmetodismo e presbiterianismo. No entanto, existem muitas outras denominações religiosas no Brasil, algumas dessas igrejas são: pentecostaisepiscopaisrestauracionistas, entre outras. Há mais de três milhões e meio de espíritas (ou kardecistas) que seguem a doutrina espírita, codificada por Allan Kardec. O animismo também é forte dividindo-se em candombléumbandaesoterismosanto daime e tradições indígenas.[6] Existe também uma minoria de muçulmanosbudistasjudeus e neopagãos. 8% da população (cerca de 15 milhões de pessoas) declarou-se sem religião no último censo, podendo ser agnósticosateus ou deístas.[5]
Nas últimas décadas, tem havido um grande aumento de igrejas neopentecostais, o que diminuiu o número de membros tanto da Igreja Católica quanto das religiões afro-brasileiras.[7] Cerca de noventa por cento dos brasileiros declararam algum tipo de afiliação religiosa no último censo realizado.[8]
censo demográfico realizado em 2010, pelo IBGE, apontou a seguinte composição religiosa no Brasil: 64,6% dos brasileiros (cerca de 123 milhões) declaram-se católicos; 22,2% (cerca de 42,3 milhões) declaram-se protestantes (evangélicos tradicionais, pentecostais e neopentecostais); 8,0% (cerca de 15,3 milhões) declaram-se irreligiososateusagnósticos, ou deístas; 2,0% (cerca de 3,8 milhões) declaram-se espíritas; 0,7% (1,4 milhão) declaram-se as testemunhas de Jeová; 0,3% (588 mil) declaram-se seguidores do animismo afro-brasileiro como o Candomblé, o Tambor-de-mina, além da Umbanda; 1,6% (3,1 milhões) declaram-se seguidores de outras religiões, tais como: os budistas (243 mil), os judeus (107 mil), os messiânicos (103 mil), os esotéricos (74 mil), os espiritualistas (62 mil), os islâmicos (35 mil) e os hoasqueiros (35 mil). Há ainda registros de pessoas que declaram-se baha'ís e wiccanos, porém nunca foi revelado um número exato dos seguidores de tais religiões no país.[4]

Grupos religiosos[editar | editar código-fonte]

Bahá'í[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Fé Bahá'í no Brasil

Budismo[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Budismo no Brasil
Templo budista Zu Lai em CotiaSão Paulo, o maior da América Latina.[9]
O budismo é provavelmente a maior de todas as religiões minoritárias do Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 havia 243 966 budistas no Brasil[4] - em 1991: 236.408 budistas, em 2000 214.873 budistas no país (- 9.1%)[10] O número relativamente grande de seguidores é devido, principalmente, a grande comunidade japonesa brasileira. Cerca de um quinto da comunidade japonesa no Brasil é seguidora do budismo. Ramos budistas japonesas, como o Budismo de Nitiren (mais notavelmente a Soka Gakkai), Jodo Shinshu e Zen são os mais populares.
No entanto, nos últimos anos tradições chinesas e do sudeste asiático, como a Mahayana e Theravada, estão ganhando popularidade. O budismo foi introduzido no Brasil no início do século XX, por imigrantes japoneses, embora agora, 60% dos brasileiros japoneses sejam cristãos devido às atividades missionárias e casamento. No entanto, a cultura brasileira japonesa tem uma substancial influência budista.

Cristianismo[editar | editar código-fonte]

Catolicismo[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Catolicismo no Brasil
Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, um dos maiores templos católicos do mundo.
Estátua do Cristo Redentor no Rio de JaneiroBrasil.
A principal religião do Brasil, desde o século XVI, tem sido o catolicismo romano. Ela foi introduzida por missionários jesuítas que acompanharam os exploradores e colonizadores portugueses nas terras do país recém-descoberto. O Brasil é considerado o maior país do mundo em número de católicos nominais, com 64,6% da população brasileira declarando-se católica, de acordo com o Censo do IBGE de 2010.[4]
No transcorrer do século XX, foi perceptível uma diminuição no interesse pelas formas tradicionais de religiosidade no país. Um reflexo disso é o aparecimento de grande número de pessoas que se intitulam católicos "não-praticantes". Uma pesquisa de 2007 da Fundação Getúlio Vargas, no entanto, indicou pesquisas mostram que o número de católicos estagnou no país depois de mais de 130 anos de queda.[11] Entretanto, segundo dados do Censo do IBGE, entre os anos 2000 e 2010, o total de católicos diminuiu 1,4%, enquanto a população brasileira aumentou 12,3%. Em 2010, havia 123,2 milhões de católicos no País; em 2000, eram 124,9 milhões. Em dez anos, a comunidade católica perdeu uma população equivalente à de Curitiba.[4][12]
Entre as tradições populares do catolicismo no Brasil estão as peregrinações à Basílica de Nossa Senhora Aparecida, o quarto santuário mariano mais visitado do mundo,[13] e é capaz de abrigar até 45.000 fiéis.[14]Nossa Senhora Aparecida acabou por tornar-se a Padroeira do Brasil.[15] Outras festas católicas importantes são o Círio de NazaréFesta do Divino, a Festa do Divino Pai Eterno, mais conhecida como Romaria de Trindade, em Goiás, e a Romaria de Nossa Senhora Medianeira, que ocorre anualmente no segundo domingo de novembro, em Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul.[carece de fontes]
Renovação Carismática Católica (RCC) chegou ao Brasil no começo dos anos 1970.[16] O movimento busca dar uma nova abordagem à evangelização e renovar algumas práticas da tradição católica, incentivando uma experiência pessoal com Deus através do Espírito Santo. Assemelha-se em certos aspectos às Igrejas Pentecostais, como no uso dos dons do Espírito Santo, na adoção de posturas que são consideradas fundamentalistas e numa maior rejeição ao sincretismo religioso por parte de seus integrantes.[17]
A maior proporção de católicos está concentrada nas regiões Nordeste (72,2%) e Sul (70,1%) do país.[18] A menor proporção de católicos é encontrado na região Centro-Oeste. O Piauí tem a maior proporção de católicos (85,1%) e Rio de Janeiro tem a menor (45,8%). O município com o maior número de seguidores do catolicismo no Brasil é União da Serra, no Rio Grande do Sul, onde 99% da população se considera católica.[19]

Protestantismo[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Protestantismo no Brasil
protestantismo é o segundo maior segmento religioso do Brasil, representado principalmente pelas igrejas evangélicas, com cerca de 42,3 milhões de fiéis, o que representa um quarto da população brasileira.[20] Entre as maiores denominações protestantes tradicionais do Brasil em número de adeptos estão os batistas (3,7 milhões), presbiterianos (1,5 milhão)[21]adventistas do sétimo dia (1,5 milhão)[22]luteranos (1 milhão) e metodistas (340 mil). Entre os protestantes evangelicalistas (ou pentecostais e os neopentecostais), os grupos com o maior número de seguidores são a Assembleia de Deus (12,3 milhões), a Congregação Cristã no Brasil (2,3 milhões), a Igreja Universal do Reino de Deus (1,8 milhão) e a Igreja do Evangelho Quadrangular (1,8 milhão).[4]
O segmento religioso cristão protestante apresentou um forte crescimento no país nos últimos anos, aumentando o seu número de seguidores em 61% no período compreendido entre 2000 e 2010.[5]
O protestantismo chegou ao Brasil pela primeira vez com viajantes e nas tentativas de colonização do Brasil por huguenotes (nome dado aos reformados franceses) e reformados holandeses e flamengos durante o período colonial. Esta tentativa não deixou frutos persistentes. Uma missão francesa enviada por João Calvino se estabeleceu, em 1557, numa das ilhas da Baía de Guanabara, fundando a França Antártica.
Os dados do Censo 2010 mostram que as religiões protestantes de origem pentecostal são as que têm a maior proporção de fieis com renda per capita inferior a um salário mínimo: 63,7% do total. Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) também mostram diferenças entre as áreas rurais e urbanas do país. Nas zonas rurais, 77,9% são católicos e 10,1% são evangélicos de origem pentecostal, enquanto nas zonas urbanas esses percentuais são de 62,2% e 13,9%, respectivamente. Na média do país, 64,6% se declararam católicos e 12,2%, evangélicos pentecostais[23]

Adventismo[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Igreja Adventista do Sétimo Dia
No Brasil segundo o IBGE são 561.071 membros da IASD em 2010[24] sob a coordenação de sete Uniões que administram as Associações e Missões. As instituições da IASD do Brasil e de sete países latino-americanos formam a Divisão Sul Americana, com sede em Brasília, Distrito Federal.[25]
Primeira Igreja Adventista do Brasil em Santa Catarina.
O adventismo chegou ao Brasil em 1884 através de publicações que chegaram pelo porto de Itajaí com destino a cidade de Brusque, no interior de Santa Catarina. Em maio de 1893 chegou o primeiro missionário adventista, Alberto B. Stauffer que introduziu formalmente através da Colportagem os primeiros contatos com a população. Em abril de 1895 foi realizado o primeiro batismo em Piracicaba, SP, sendo Guilherme Stein Jr o primeiro converso. Inicialmente os estados brasileiros com maior presença germânica foram atingidos pela literatura adventista. Conforme informações repassadas pelo pastor F Westphal, a primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia em solo nacional foi estabelecida na região de Gaspar, em Santa Catarina, em 1895, seguida por congregações no Rio de Janeiro e em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo, todas no mesmo ano.[26]
Com a fundação da gráfica adventista em 1905 em Taquari, RS (atual Casa Publicadora Brasileira[27] localizada em Tatuí-SP), o trabalho se estabeleceu entre os brasileiros e se expandiu em todos os estados. A primeira Escola Adventista no Brasil surgiu em 1896 na cidade de Curitiba. Em 2005 somam-se 393 escolas de ensino fundamental e 118 do ensino médio com o total de 111.453 alunos e seis instituições de Ensino Superior (IES) com mais de cinco mil alunos que tem no Centro Universitário Adventista de São Paulo, sua matriz educacional. O UNASP[28] como é conhecida esta IES, surgiu em 1915, no Capão Redondo, SP e hoje conta com três campi: na cidade de São Paulo, em Engenheiro Coelho e Hortolândia.

Mormonismo[editar | editar código-fonte]

mormonismo chegou ao Brasil em 1923, por meio de imigrantes alemães, porém o trabalho de proselitismo só se iniciou em 1929.[29] De acordo com dados do IBGE, existiam 226 509 mórmons no Brasil,[4] e A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias possui mais de 1.289.376 membros no país,[30][31] com um crescimento de aproximadamente 460% nos últimos seis anos.[32] Tem 34 Missões, 1.996 Congregações, 6 Templos e 329 Centros de História da Família.
Igreja Mórmon no Brasil é presidida pelos Élderes (título que significa "senhor","Irmão mais velho", "ancião") Cláudio R. M. Costa (Presidente)[33], Jairo Mazzagardi (Primeiro Conselheiro)[34] e Marcos A. Aidukaitis (Segundo Conselheiro)[35]. No país, os mórmons, também chamados de SUD santos dos últimos dias, têm seis templos construídos, dedicados e em funcionamento (em São PauloRecifePorto AlegreCampinasCuritiba e Manaus) e três a construir, em FortalezaRio de Janeiro e Belém[36]. Pela crença mórmon, nesses templos são realizadas ordenanças como batismo vicário, casamento celestial e selamento de famílias, além de ser um lugar de aprendizado e espiritualidade. Somente membros batizados e dignos podem entrar os templos.[37][38] A Igreja Mórmon realiza reuniões de adoração aos domingos em suas igrejas pelo Brasil que estão abertas ao público.[39]

Igreja Ortodoxa[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Cristianismo ortodoxo no Brasil
Igreja Ortodoxa também se faz presente no Brasil. A Catedral Metropolitana Ortodoxa, localizada em São Paulo, na rua Vergueiro, além de ser a  da Arquidiocese da Igreja Católica Ortodoxa Antioquina de São Paulo é, também, de todo o Brasil. É um exemplo de construção arquitetônica bizantina que pode ser apreciado na América do Sul. Seu projeto, cuja edificação teve início da década de 1940, foi inspirado na Basílica de Santa Sofia em Constantinopla (atual Istambul) e foi inaugurada em janeiro de 1954. De acordo com dados do IBGE, existiam 131 571 cristãos ortodoxos no Brasil.[4]
A Igreja Ortodoxa está representada no Brasil pelas seguintes jurisdições: Patriarcado de AntioquiaPatriarcado de MoscouPatriarcado da SérviaIgreja Ortodoxa da GréciaIgreja Ortodoxa da Ucrânia e Igreja Ortodoxa da Polônia, esta última tendo em posse uma Eparquia Ortodoxa do Brasil; e se encontra presente nos estados: São PauloRio de JaneiroSanta CatarinaRio Grande do SulParanáMinas GeraisGoiásDistrito Federal e Pernambuco.[carece de fontes]
Também há presença no país de igrejas ortodoxas orientais: a mais numerosa sendo a Igreja Ortodoxa Síria, mas também de duas paróquias da Igreja Apostólica Armênia e uma da Igreja Ortodoxa Copta no estado de São Paulo.[40][41] A comunidade ortodoxa oriental no país é amplamente composta por brasileiros convertidos e seus descendentes.

Testemunhas de Jeová[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Testemunhas de Jeová no Brasil
De acordo com dados do Censo de 2010 do IBGE, existiam 1,393,208 Testemunhas de Jeová no Brasil, que se distribuem em 11.802 congregações. O Brasil é na atualidade um dos países com maior número de Testemunhas de Jeová. Em 2015, foram feitos 28.349 batizados no país. No evento da Comemoração da Morte de Cristo estiveram presentes 1.743.624 pessoas. Foram realizados 863.612 estudos Bíblicos pelas Testemunhas no Brasil. Foram dedicadas 172.695.296 horas na pregação das Boas Novas no país.
As reuniões das Testemunhas de Jeová já ultrapassam uma média de um milhão pessoas presentes ao ano, sendo que 1,743,624 pessoas estiveram presentes em sua principal reunião anual de 2015, a Comemoração da Morte de Cristo. Os Estados com maior número de Testemunhas de Jeová são: São PauloMinas GeraisRio de JaneiroBahia e Rio Grande do Sul.

Espiritismo[editar | editar código-fonte]

De acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, o Brasil possuía 3,8 milhões de espíritas, sendo esse o terceiro maior grupo religioso do país, representando cerca de 2% da população brasileira.[4] Com efeito, o IBGE trata os termos kardecismo e espiritismo como equivalentes em sua classificação censitária.[42]
doutrina espírita teve através de nomes como Bezerra de Menezes e Chico Xavier a oportunidade de se popularizar, espalhando seus ensinamentos por grande parte do território brasileiro. Hoje, o país é o que reúne o maior número de adeptos do espiritismo no mundo. Os espíritas são, também, o segmento social que têm maior renda e escolaridade, segundo os dados do mesmo Censo. Bezerra de Menezes foi presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB) por duas gestões. A FEB foi fundada em janeiro de 1884, por Elias da Silva, com a finalidade de unificar o pensamento espírita no Brasil.[43]
Como doutrina filosófica, o espiritismo foi sistematizado pelo pedagogo francês Allan Kardec n'O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de abril de 1857.[44] No Brasil, contudo, houve uma forte ressignificação das ideias espíritas, que foram carregadas de um viés muito mais religioso do que o existente na Europa. Foi dentro dessa perspectiva que o espiritismo foi amplamente divulgado no Brasil, ainda na segunda metade do século XIX, atraindo principalmente a classe média. Em setembro de 1865, em SalvadorBahia, foi criado o "Grupo Familiar do Espiritismo", o primeiro centro espírita brasileiro. Em 1873, fundou-se a "Sociedade de Estudos Espíritas", com o lema "Sem caridade não há salvação; sem caridade não há verdadeiro espírita". Esse grupo dedicou-se a traduzir para o português as obras de Kardec, como "O Livro dos Espíritos", "O Livro dos Médiuns", "O Evangelho Segundo o Espiritismo", "O Céu e o Inferno" e "A Gênese".[45]

Islamismo[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Islã no Brasil
Ver também: Revolta dos Malês
Segundo o Censo de 2010, havia 35 167 muçulmanos no Brasil.[4] Acredita-se que o islã chegou ao Brasil por meio de escravos africanos muçulmanos trazidos da África Ocidental. O Brasil recebeu mais muçulmanos escravizados do que qualquer outro lugar nas Américas.[46] Durante o Ramadã, em janeiro de 1835, um pequeno grupo de escravos negros e libertos de Salvador, na Bahia, inspirados por professores muçulmanos, se levantaram contra o governo no que ficou conhecido como Revolta dos Malês, a maior rebelião escrava no Brasil. (Muçulmanos eram chamados de malês na Bahia por causa da palavra imale do iorubá, que designava um muçulmano iorubá.) Temendo que o exemplo pudesse ser seguido, as autoridades brasileiras começaram a vigiar os malês com muito cuidado e, nos anos subsequentes, intensos esforços foram feitos para forçar conversões para o catolicismo e apagar a memória popular e o apreço pelo islã.[47] No entanto, a comunidade muçulmana africana não foi eliminada com facilidade, e em 1910, estima-se que ainda havia cerca de 100.000 africanos muçulmanos vivendo no Brasil.[48]
Uma tendência recente tem sido o aumento nas conversões ao islamismo entre os cidadãos não-árabes.[49] Uma fonte muçulmana recente estima que existem cerca de 10 mil muçulmanos convertidos no Brasil.[50] Os líderes da comunidade muçulmana no Brasil estimam que há entre 70.000 e 300.000 muçulmanos no país, com o menor valor que representando aqueles que praticam a religião, enquanto a estimativa mais elevada incluiria também membros nominais.[49]

Judaísmo[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Judaísmo no Brasil
De acordo com dados do censo de 2010, existiam 107 329 judeus no Brasil, apesar de outras fontes apresentarem um número maior de seguidores.[51] A maior proporção de judeus é encontrado nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.[52]
Os judeus chegaram pela primeira vez no Brasil como cristãos-novos ou convertidos, nomes aplicados aos judeus ou muçulmanos que se converteram ao catolicismo, a maioria deles à força. De acordo com os relatórios da Inquisição, muitos cristãos-novos que viviam no Brasil durante o período colonial foram condenados por secretamente manterem costumes judaicos.[53] Estes relatórios podem não ser confiáveis ​​desde a Inquisição confiscou os bens terrenos de suas vítimas, e tinha um interesse directo na denúncia e convencendo-os.
Em 1630, os holandeses conquistaram partes do nordeste do Brasil e permitiram a prática aberta de qualquer religião. Muitos judeus vieram dos Países Baixos para viver no Brasil na área dominada pelos holandeses. A maioria deles eram descendentes dos judeus portugueses que tinham sido expulsos de Portugal, em 1497. Em 1636, a Sinagoga Kahal Zur Israel, a primeira sinagoga das Américas, foi construída no Recife, a capital da Nova Holanda (Brasil Holandês).[53] O edifício original permanece intacto até hoje,[54] mas os judeus foram forçados a sair do Brasil quando o Império Português retomou as terras em 1654.[55]
A primeira vez que judeus ficaram no Brasil e puderam praticar abertamente a sua religião aconteceu quando a primeira constituição brasileira concedeu liberdade de religião em 1824, logo após a independência. Eles eram principalmente judeus marroquinos, descendentes dos judeus espanhóis e portugueses que tinham sido expulsos da Espanha em 1492 e de Portugal em 1497.
A primeira onda de judeus sefarditas foi ultrapassada pela maior onda de imigração de judeus ashkenazi, que chegou no final do século XIX e início do século XX, principalmente da RússiaPolôniaBielorrússia e Ucrânia. Um último grupo significativo veio, fugindo do nazismo e da destruição que se seguiu pela Segunda Guerra Mundial.

Neopaganismo[editar | editar código-fonte]

Começam a se difundir entre os brasileiros, atualmente, as religiões neo-pagãs, como a Wicca, a Ásatrú e o Neo-druidismo. Com a Wicca acontece um fator mais expressivo e especial. No Censo 2010, os wiccanos foram incluídos no grupo de "outras religiosidades" e "não determinadas".[4] De qualquer forma, desde a década de 1990 a Wicca, ou a Bruxaria moderna em geral, têm crescido muito no país, especialmente no Rio de JaneiroNordeste e São Paulo.[56]
Segundo o Censo demográfico realizado no ano de 2010 no Brasil pelo IBGE, a religião Wicca e o Paganismo não foram incluídos na relação das religiões existentes no país, desta forma, podemos dizer que muitos dos seguidores das religiões pagãs ou se formos ser mais específicos, da religião Wicca, foram distribuídos entre as tradições esotéricas (74.013 seguidores), outras religiões (11.306 seguidores) ou religiosidade não determinada/mal definida (628.219 seguidores).[4]
Contudo, sabemos que dentro deste contexto, a religião Wicca não é a única religião existente dentro do paganismo ou neo-paganismo, mas sendo ela a mais representativa e presente junto ao diálogo inter-religioso de nosso país, a coloca como a de maior expressão, conseguinte, a de maior número junto às demais religiões neo-pagãs. Neste prisma, podemos fazer um cálculo estimativo e aproximado de que haja em torno de 350 mil à 400 mil seguidores da religião Wicca em nosso país.[57]

Religiões afro-brasileiras e indígenas[editar | editar código-fonte]

Mãe Stella de Oxóssi Iyálorixá do Candomblé, Salvador, Bahia.
Com a vinda dos escravos para o Brasil, seus costumes deram origem a diversas religiões, tais como o candomblé, que tem milhões de seguidores, principalmente entre a população negra, descendente de africanos. Estão concentradas em maior número nos grandes centros urbanos do Norte e do Nordeste do país, mas também com grande presença no Sudeste. Diferente do candomblé, que é a religião sobrevivente da África ocidental, há também a Umbanda, que representa o sincretismo religioso entre o catolicismoespiritismo e os orixás africanos. As religiões de matriz africana foram e ainda são perseguidas e discriminadas no Brasil.[58]
As chamadas religiões afro-brasileiras compõem o candomblé que é dividido em várias nações, o batuque, o Xangô do Recife e o Xambá foram trazidas originalmente pelos escravos. Estes escravos cultuavam seu Deus, e as divindades chamadas OrixásVoduns ou inkices com cantos e danças trazidos da África.
Nas práticas atuais, os seguidores da umbanda deixam oferendas de alimentos, velas e flores em lugares públicos para os espíritos. Os terreiros de candomblé são discretos da vista geral, exceto em festas famosas, tais como a Festa de Iemanjá em todo o litoral brasileiro e Festa do Bonfim na Bahia. Estas religiões estão em todo o país.
Brasil é bastante conhecido pelos ritmos alegres de sua música, como o Samba e a conhecida como MPB (música popular brasileira). Isto pode relacionar-se ao fato de que os antigos proprietários de escravos no Brasil permitiam que seus escravos continuassem sua tradição de tocar tambores (ao contrário dos proprietários de escravos dos Estados Unidos que temiam o uso dos tambores para comunicações).
A umbanda é considerada por muitos uma religião nascida no Brasil em 15 de novembro de 1908 no Rio de Janeiro. Embora existam relatos de outras datas e locais de manifestação desta religião antes e durante este período[59][60] seus adeptos aceitam esta data como o início histórico da mesma.
Do Estado da Bahia para o Norte há também práticas diferentes tais como PajelançaCatimbóJuremaTambor-de-Mina e Terecô com fortes elementos indígenas.

Hinduísmo[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Hinduísmo no Brasil
Existem pequenas comunidades hinduístas no Brasil.

Religiões hoasqueiras[editar | editar código-fonte]

Nas décadas mais recentes, tem crescido no Brasil o número de adeptos de religiões que fazem uso do chá Hoasca (também conhecido como ayahuasca) em seus rituais. São as religiões hoasqueiras, que se originaram na Floresta Amazônica e hoje se expandem nos grandes centros urbanos. Entre elas, as mais representativas e organizadas são o Santo Daime, a União do Vegetal.[61]
Em 2004, o Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas (CONAD), atual órgão do Ministério da Justiça brasileiro, reconheceu a legitimidade do uso religioso da ayahuasca e a legalidade de sua prática. Seu uso para fins religiosos foi regulamentado pelo CONAD em 25 de janeiro de 2010, em resolução na qual se estabelece as normas legais para a utilização do chá pelas instituições religiosas.[62]
A meu ver as religiões no Brasil iniciaram com a cultura indigena e de culturas anteriores a elas e com a descoberta do Brasil a religião veio sendo cultuada , mais por obrigação do que seu instinto natural , afinal de contas o Brasil sempre teve civilizações, por certo oriunda da Africa segundo pesquisadores antropologistas  , mesmo antes de ser descoberto , por invasores , que dizimaram a civilização , custumes e direitos ,como assim o fazem até hoje , os donos do Brasil são tratados como escórias humanas , sempre encurraladas pelo poder dos mais afortunados .
A palavra religião , perdeu o sentido , instinto e amor a partir do momento de fazer o paraiso se tornar um inferno a atual situação em que o mundo se encontra desde os tempos remotos não fez o ser humano , um exemplo a futuras civilizações , um mundo com tantas tecnologias e tantos erros , mesquinhos e cruéis , ainda brigamos pelo ego de cada um e matamos para nossa sobrevivência , mesmo sabendo que estamos aqui de passagem , para lapidar nossos espiritos aventureiros .

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