REDE DE MÉDICOS SE SOLIDARIZA COM A LUTA DOS ESTUDANTES NO ESTADO DE SÃO PAULO.
05/05/2016
Em manifesto, Rede de Médicos se solidariza com a luta dos estudantes no estado de São Paulo.
Da Redação
A Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares lançou uma nota em solidariedade à luta dos estudantes da rede pública do Estado de São Paulo, que nos últimos dias ocuparam as ETECs (Escolas Técnicas do Estado São Paulo) e a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), e exigem que seja instalada a CPI da Merenda, para que se investigue o desvio de verba das merendas em São Paulo.
Para a Rede, os estudantes resistem como “heróis ”, e afirmam que não apenas os apoiam, como se sensibilizam “com suas causas e lutas”, e os saúdam “por estarem reescrevendo as narrativas de nossa história”.
Confira a nota na íntegra:
A história nunca é idônea, ela sempre é fruto do trabalho de interpretação de seu redator. No Brasil nascemos e fomos criados por meio de narrativas históricas que sempre favoreceram as classes dominantes. Nosso povo, tradicionalmente, nunca foi tranquilo e pacífico como nos querem fazer crer tais narrativas. Nosso povo sempre foi um povo de luta. Justamente através de nossas lutas populares erguemos um estado-nação plural.
Hoje os estudantes estaduais ocupam as ETECs e a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, também conhecida como casa do povo. Ocupam-as exigindo aquilo que lhes é de direito, a abertura de uma CPI para investigação de desvio de verbas das merendas, na qual um dos suspeitos é o próprio presidente da Alesp e que, há mais de 10 meses, caminham a passos lentos pelas investigações do Ministério Público, justamente por não conseguirem ir adiante na Assembleia.
Diversas foram as manifestações, os atos e a presença dos estudantes nas sessões da Assembléia reivindicando o prosseguimento das investigações, e em nenhum momento foram ouvidos.
Como de costume, o governo estadual, sob a gestão de um governador autoritário e repressor, apenas recebe as informações nos momentos em que sua popularidade cai nas pesquisas eleitorais ou quando a cobrança pelos veículos de comunicação começam a surgir. Por isso que nesses momentos ocupar é um ato de luta para pressionar e conseguir ser ouvido.
Os estudantes aguentaram como heróis. Mesmo com a presença do choque, da polícia militar, do secretário de segurança pública, de parlamentares reacionários, eles se mantiveram heroicamente de pés firmes.
Não há no mundo maior garantia para a liberdade individual que a liberdade de todos. Ao se dar conta da conexão entre as liberdades individuais e coletivas cria-se um efeito desestabilizador sobre as relações de poder existentes ou sobre o que muitas vezes chamamos de ordens sociais.
Nós, da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, não apenas apoiamos os estudantes nos sensibilizando com suas causas e lutas, como também os saldamos por estarem reescrevendo as narrativas de nossa história.
Ao lado de vocês, estão presentes nomes como Carlos Marighella, Zumbi dos Palmares, Luis Gama, Carolina de Jesus, Chico Mendes, Lampião, Antonio Conselheiro, Dorothy Stang e todos os outros que pela história como nos é contada não foi possível conhecer seus nomes, mas lutas serão sempre lembradas.
Força Moçada!!
www.sositaguare.blogspot.com
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