1-Golfinhos e tartarugas morrem em Praia Grande. 2-Mas importa continuar .O improvavel é ainda possivel




Golfinhos e tartaruga podem ter sido mortos pela ação do homem

Da Redação

Créditos: Adalberto Marques
Duas toninhas (espécie de golfinho) foram retiradas mortas

Quatro animais marinhos foram encontrados mortos, na manhã de terça-feira, em Praia Grande. Dois golfinhos e uma tartaruga-verde estavam no Bairro Solemar e um outro golfinho, no Boqueirão. No final da tarde, um pinguim apareceu, vivo, no Mirim. No primeiro bairro, os animais apareceram por volta das 9h30.

"Uns caras que estavam limpando a praia viram e vieram trazer aqui no quiosque", conta Marcos Librelon Santos, que estava no local quando os golfinhos foram achados. Cerca de uma hora depois, conforme Santos, um menino que empinava pipa se deparou com a tartaruga-verde. "Acho que foi coisa de pescador. Tem muita rede de pesca aqui", lamenta Santos.

De acordo com o inspetor do Grupamento da Guarda Costeira de Praia Grande, Delfo Almeida Monsalvo, duas toninhas (espécie de golfinho) ­ um macho juvenil e uma fêmea adulta ­, e a tartaruga-verde morreram por afogamento.Todos apresentavam marcas de rede pelo corpo.

"Eles ficaram presos na rede e o pescador descartou", comenta Monsalvo. "Os três foram encontrados perto do Rio Itinga, em frente ao quiosque 164. O proprietário do quiosque foi quem ligou para a Guarda Costeira",diz o inspetor.

Segundo ele, a bióloga do Grupo de Resgate e Reabilitação de Animais Marinhos(Gremar), Rosane Farah, colheu materiais dos três animais para exames, que serão realizados na sede do grupo, na Ilha dos Arvoredos, em Guarujá. 

O terceiro golfinho, encontrado no Boqueirão, seria levado para a USP, em São Paulo. Ainda ontem,no final da arde, um pinguim foi encontrado, com vida, na praia da Vila Mirim. O animal seria levado pela bióloga do Gremar para a Ilha dos Arvoredos.

Triste balanço 
A Guarda Costeira recolheu este ano, somente em Praia Grande, 63 animais marinhos,entre aves, peixes e mamíferos. Desses, 22 saíram vivos do mar, mas 41 chegaram mortos à areia da praia, ou morreram logo após serem encontrados.

Créditos: Adalberto Marques
Créditos: Adalberto Marques
Créditos: Adalberto Marques
Créditos: Adalberto Marques
Créditos: Adalberto Marques
Créditos: Adalberto Marques

2-Na perspectiva das grandes maiorias da humanidade, a atual ordem é uma
ordem na desordem, produzida e mantida por aquelas forças e países que
se beneficiam dela, aumentando seu poder e seus ganhos. Essa desordem
se deriva do fato de que a globalização econômica não deu origem a uma
globalização política. Não há nenhuma instância ou força que controle
a voracidade da globalização econômica. Joseph Stiglitz e Paul
Krugman, dois prêmios Nobel em economia, criticam o Presidente Obama
por não ter imposto freios aos ladrões de Wall Street e da City, ao
invés de se ter rendido a eles. Depois de terem provocado a crise,
ainda foram beneficiados com inversões bilionários de dinheiro
público. Voltaram, airosos, ao sistema de especulação
financeira.confiança

Estes excepcionais economistas são ótimos na análise; mas, mudos na
apresentação de saídas à atual crise. Talvez, como insinuam, por
estarem convencidos de que a solução da economia não esteja na
economia, mas no ‘refazimento’ das relações sociais destruídas pela
economia de mercado, especialmente, a especulativa. Esta é sem
compaixão e desprovida de qualquer projeto de mundo, de sociedade e de
política. Seu propósito é acumular maximamente, apropriando-se de bens
comuns vitais como água, sementes e solos e destroçado economias
nacionais.

Para os especuladores, também no Brasil, o dinheiro serve para
produzir mais dinheiro e não para produzir mais bens. Aqui o Governo
tem que pagar 150 bilhões de reais anuais pelos empréstimos tomados,
enquanto repassa apenas cerca de 60 bilhões para os projetos sociais.
Esta disparidade resulta eticamente perversa, consequência do tipo de
sociedade a qual nos incorporamos, sociedade essa que colocou, como
eixo estruturador central, a economia, que de tudo faz mercadoria até
da vida.

Não são poucos que sustentam a tese de que estamos num momento
dramático de decomposição dos laços sociais. Alain Touraine fala até
de fase pós-social ao invés de pós-industrial.

Esta decomposição social se revela por polarizações ou por lógicas
opostas: a lógica do capital produtivo cerca de 60 trilhões de
dólares/ano e a do capital especulativo, cerca de 600 trilhões de
dólares sob a égide do “greed is good” (a cobiça é boa). A lógica dos
que defendem a maior lucratividade possível e a dos que lutam pelos
direitos da vida, da humanidade e da Terra. A lógica do individualismo
que destrói a “casa comum”, aumentando o número dos que não querem
mais conviver e a lógica da solidariedade social a partir dos mais
vulneráveis. A lógica das elites que fazem as mudanças
intrassistêmicas e se apropriam dos lucros e a lógica dos
assalariados, ameaçados de desemprego e sem capacidade de intervenção.
A lógica da aceleração do crescimento material (o PAC) e a dos limites
de cada ecossistema e da própria Terra.

Vigora uma desconfiança generalizada de que deste sistema não poderá
vir nada de bom para a humanidade. Estamos indo de mal a pior em todos
os itens da vida e da natureza. O futuro depende do cabedal de
confiança que os povos depositam em suas capacidades e nas
possibilidades da realidade. E esta confiança está minguando dia a
dia.

Estamos nos confrontando com esse dilema: ou deixamos as coisas
correrem assim como estão e então nos afundaremos numa crise abissal
ou então nos empenharemos na gestação de uma nova vida social, capaz
de sustentar um outro tipo de civilização. Os vínculos sociais novos
não se derivarão nem da técnica nem da política, descoladas da
natureza e de uma relação de sinergia com a Terra. Nascerão de um
consenso mínimo entre os humanos, a ser ainda construído, ao redor do
reconhecimento e do respeito dos direitos da vida, de cada sujeito, da
humanidade e da Terra, tida como Gaia e nossa Mãe comum. A essa nova
vida social devem servir a técnica, a política, as instituições e os
valores do passado. Sobre isso venho pensando e escrevendo já pelo
menos há vinte anos. Mas é voz perdida no deserto. “Clamei e salvei a
minha alma” (clamavi et salvavi animam meam), diria desolado Marx. Mas
importa continuar. O improvável é ainda possível.

Leonardo Boff é autor de Virtudes para um outro mundo possível 3 vol.
Vozes 2005.



www.sositaguare.blogspot.com



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