Carangueijos em São Vicente sofrem mutações devido a poluição.
Estudo Cientifico: Caranguejos em São Vicente sofrem mutações devido a poluição.
Há pouco mais de três anos, o biólogo Marcelo Pinheiro estava trabalhando em seu então escritóriona coordenadoria do Campus da Unesp em São Vicente quando recebeuum chamado inusitado. Um jornal local queria que ele avaliasse um estranho caranguejo-uçá que tinha sido encontradopor um morador da cidade.
Seu Anacleaute José daSilva se atraca com tocade um caranguejo-uçá em mangue de São Vicente |
Estudo de Campo: Mangue em mutação - Giovana Girardi - UNESP CIÊNCIA - Setembro de 2010
Há pouco mais de três anos, o biólogo Marcelo Pinheiro estava trabalhando em seu então escritóriona coordenadoria do Campus da Unesp em São Vicente quando recebeuum chamado inusitado. Um jornal local queria que ele avaliasse um estranho caranguejo-uçá que tinha sido encontradopor um morador da cidade.
Estudioso deste crustáceo desde o finaldos anos 1990, Marcelo se deparoucom algo que de fato nunca tinha visto:um animal com o quelípodo (a popularpinça) na forma de uma “mãozinha”. Aestrutura normalmente tem dois “dedos”, um móvel e outro fixo, mas no lugar deste nasceram cinco pontas.
Caranguejo 'Mãozinha' tinha cinco pontas na parte fixa |
A análise posteriordo sangue do bicho mostrou que ele não era o “cruzamento de caranguejo com rã” que já povoava a imaginação do morador, mas uma mutação provocada por alguma contaminação.
Algumas de suas células apresentavam, além do núcleo, vários micronúcleos. “Quando o animal está em estresse ambiental, ele produz essas estruturas, mas ali encontramos a incidência de 11,5 células micronucleadas por mil analisadas, quando o normal é menos de 4. Ou seja, a presença dessas células naquele indivíduo era quase três vezes maior que o esperado”, lembra Pinheiro. O achado fez o pesquisador questionar se aquilo era somente um evento isolado
ou se os manguezais da região de São Vicente e Cubatão poderiam estar sofrendo os impactos dos despejos, que ocorreram no passado, de metais pesados e de outrospoluentes no estuário. A ideia de investigar a presença dessas substâncias nos caranguejos, porém, ficaria suspensa até este ano. Enquanto estava na coordenação do câmpus (até 2009), Pinheiro não tinha muito tempo para fazer trabalho de campo, mas chegou a orientar dois trabalhos de conclusão de curso (TCC) de alunos da Biologia Marinha que corroboraram suas suspeitas.
Um deles observou em caranguejos-uçá (Ucides cordatus) coletados em Cubatão uma incidência de células micronucleadas 2,5 vezes superior à encontrada em animais da Estação Ecológica Jureia-Itatins. O segundo estudo mostrou alterações genéticas nos caranguejos expostos a áreas que apresentavam uma maior concentração de metais pesados em São Vicente
www.sositaguare.blogspot.com
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