Chevron esconde vazamento Petrobrás socorre e quando o Pré-Sal chegar estaremos preparados para resolver estes e maiores problemas.


domingo, 20 de novembro de 2011




A mancha mental/ Que lição! Petrobras socorreu a incapaz Chevron…Chevron assume culpa. Ela escondeu o vazamento : Sáb 19/11/11



19
Nov
2011
Chevron assume culpa. Ela escondeu o vazamento

Este senhor, Charles Buck, sabe há dez dias porque o petróleo vazou

A nossa grande imprensa “papou mosca”, de novo. E de novo em um assunto de imensa gravidade.

O presidente da Chevron no Brasil, Charles Buck, disse ontem à noite que a empresa foi culpada pelo vazamento, por não aplicar técnicas adequadas de cimentação do revestimento da coluna de perfuração .

A perfuração foi feita com uma cimentação insuficiente para proteger a rocha em torno dos tubos de revestimento do poço e o petróleo subiu por este espaço, infiltrando-se na rocha e subindo à superfície do solo oceânico.

A revelação está no portal Energia Hoje:

“O presidente da Chevron no Brasil, George Buck, afirmou nesta sexta-feira (18/11) que a petroleira foi responsável pelo acidente que provocou o vazamento de óleo na última semana no campo de Frade, na Bacia de Campos. Segundo o executivo, a companhia subestimou a pressão do reservatório, provocando o acidente.

“É nossa culpa. Nós subestimamos a pressão do reservatório”, afirmou Buck. “O problema é que a pressão na formação foi maior do que a lama de perfuração poderia suportar. A modelagem do reservatório nos deu a informação incorreta sobre a pressão.”

O poço horizontal de avaliação foi perfurado em lâmina d´água de 1.211 m. O reservatório foi encontrado no dia 7, a 2.279 m de profundidade. Quando a broca perfurou a formação, houve um kick, levando o óleo para dentro do poço em alta pressão.

O poço estava revestido até os 567 m de profundidade. No caminho restante até o reservatório, a rocha tinha fendas, que levaram o óleo até à superfície.

Um dia depois, a Petrobras informou à Chevron que havia identificado uma mancha, confirmada na noite seguinte pela companhia norte-americana. A petroleira levou três dias para identificar o vazamento abaixo do revestimento e, no dia 13, fechar o poço com lama de perfuração de alta densidade. No dia 14, começou a cimentação.

De acordo com Buck, a fonte do vazamento foi fechada no último dia 17, com a cimentação de 350 m de poço. O executivo afirma que o óleo que ainda está chegando à superfície foi liberado antes dessa data.”

Ou seja, a Chevron cometeu erros técnicos básicos, conduzindo a perfuração por uma extensão grande demais antes de nova cimentação. E esse erro tem uma básica razão: redução de prazos e custos da operação.

Mas a Chevron cometeu outro erro, mais grave, imperdoável.

A narrativa do presidente da empresa mostra claramente que a Chevron sabia, desde o dia em que foram avistadas as manchas de óleo, a razão do vazamento.

Se é que não sabia antes, porque as manchas foram avistadas pelo pessoal da Petrobras e, aí, não dava mais para ter segredo.

Como não houve vazamento direto pela cabeça de poço, o que é evitado pelo equipamento chamado Blowout Preventer, pode – pode, insisto – ter havido a tentação de imaginar que o fluxo de óleo externo ao tudo fosse ficar retido pelas paredes de rocha e ou não alcançasse a superfície ou vazasse muito lentamente, sem grandes evidências.

Há um erro técnico que deve ser avaliado pelos peritos. Mas há um crime indiscutível de omissão de informações – com a  indulgência da nossa mídia – , crime que é imperdoável, porque evidencia má-fé.



19
Nov
2011
Que lição! Petrobras socorreu a incapaz Chevron…
A fonte não poderia ser mais insuspeita: é O Globo quem diz que foi a Petrobras, que opera o campo de Roncador, vizinho ao de Frade, que encontrou óleo no mar, avisou a Chevron e ainda emprestou os dois robôs  submarinos necessários para identificar a origem e começar a combater o vazamento de petróleo.

Emprestou porque o equipamento da Chevron, diz o jornal, “tinha capacidade limitada de operação e não conseguia fazer uma leitura precisa das coordenadas do local de onde vinha o petróleo”. E os robôs submarinos da Petrobras tinham e conseguiam.

A Chevron não é uma empresa inexperiente e sem equipamentos ou tecnologia. So que não se acanha de trabalhar aqui com equipamento limitado ou obsoleto, porque se sabe poderosa. Ao ponto de passar uma semana distribuindo press-releases e fotos mentirosas do vazamento e não ser questionada pela imprensa, como ocorreu.

Agora, os jornais falam em falta de transparência e os ambientalistas protestam. Muito bem, é o correto. Como foi incorreto seu silêncio.

Que episódio tristemente exemplar do comportamento colonizado de nossa elite “pensante”. Aceitou passivamente o “la garantía soy yo” da petroleira americana. Não foi atrás de um dado, de informações, de elementos. Era a Chevron, uma das “sete irmãs” do petróleo quem dizia, para quê?

Quis o destino que devamos também a um americano – um simples geógrafo, John Amos, do site Skytruth - a chance que tivemos de furar este bloqueio de servilismo. Foi ele, com a interpretação de fotos – públicas, por sinal – de satélites,  conseguiu demarcar o tamanho imenso da mancha de óleo. E a blogosfera – aliás, aos “blogueiros sujos” como nos chamam os “limpinhos”  da grande mídia – difundiu a verdade com que não contavam.

Na cabeça servil dos colonizados não entra o entendimento de que, para o Brasil, a Petrobras não é apenas uma empresa para furar poços e tirar petróleo como as demais. Não conseguem entender que é ela, e mais ninguém, quem tem a tecnologia, os equipamentos e o conhecimento para que essa perigossíssima atividade – e mais ainda no mar – possa ser feita em segurança e tenha uma fiscalização correta.

O resto, sobretudo a ANP, não tem tamanho, capacidade e, sobretudo, tamanho e conhecimento para se relacionar, de forma altiva e corajosa, com essas gigantes que estão por aqui. E que não podem ficar, se os seus métodos de trabalho forem os que estão sendo revelados na Chevron.

 a..
18
Nov
2011
A mancha mental

O vazamento de verdade e a "pesca de sardinhas" da Chevron. Imagem e versão aceitas sem contestar



Passamos uma semana discutindo se o avião era Sêneca ou King Air. Se o Carlos Lupi conhecia o “Senhor Aldair” ou se não o conhecia. O “eu te amo” do Ministro e outras histrionices canhestras que produziu ocuparam minutos e minutos nas redes de televisão e legiões de repórteres foram mobilizadas para levantar cada pormenor de sua atuação.

Muito bem.

Nada contra a imprensa mobilizar todos os seus esforços e abrir todos os seus espaços para investigar irregularidades no serviço público, ainda que não tenha  esteja evidente  senão um comportamento pouco cuidadoso e austero de sua parte.

Dia 10, quando toda a mídia nacional se voltava para o depoimento do Ministro na Cãmara, uma pequena nota da Agência Estado registrava:

“A unidade brasileira da petroleira norte-americana Chevron informou que está trabalhando para conter um vazamento no campo Frade, na Bacia de Campos. “O vazamento se deve a uma rachadura no solo do oceano. É um fenômeno natural”, disse Heloisa Marcondes, porta-voz da Chevron Brasil. “

Nos dias seguintes, toda a imprensa nacional empenhou-se a fundo para provar que o Ministro mentira.

E ninguém se mobilizou para saber o tamanho e a causa do vazamento da Chevron e a investigar o que se provou uma mentira – e escandalosa – da Chevron.

Ninguém da grande imprensa, porque a blogosfera, sem os meios e  as facilidades que ela tem, lutou contra este encobrimento.

Não é possível que os editores de jornal, diante da notícia de que a Presidenta Dilma Rousseff, na sexta-feira, determinou uma investigação rigorosa do caso, achassem que o acidente era uma “porcariazinha”  que vinha de “uma rachadurazinha” no fundo do mar.

Não foi, nos primeiros momentos,  por ordens “de cima”  que o caso foi, na prática, abafado. Foi, o desinteresse – e existiria furor se fosse o vazamento fosse da Petrobras -  que deriva de  uma deformação mental que considera o público  necessariamente corrupto e incompetente, enquanto o privado é limpo e eficiente. Mais ainda, é claro, quando se trata de uma grande multinacional.

Formou-se uma espécie de “mancha mental”, com uma capa impermeável de obtusidade, que aceita como verdades incontestáveis o que dizem as grandes corporações privadas e a lógica do mercado. Nem mesmo as ONGs ambientalistas, na sua maioria, se agitaram. A imprensa publicava “releases”, nada mais.

Durante dias, sem piar, reproduziram-se os comunicados da Chevron, sem contraditório. A foto (única) do vazamento distribuída pela Chevron e a tirada hoje pela fotógrafa Márcia Foletto, de O Globo, mostra bem a diferença entre os faos e a versão da empresa.

Aliás, a Chevron não deu a mínima nem para a imprensa, nem para o Ibama e nem para a ANP.

Não ficaria supreso que seus funcionários tenham ficado sentados na sala de espera, aguardando para serem atendidos.

Aliás, o panorama só mudou porque entrou a Polícia Federal na história.

É curioso – e ao mesmo tempo terrível – que estejamos vivendo tempos de dupla moral e ética. Ao Estado e seus agentes – corretamente – é exigido um comportamento exemplar. Aos grandes grupos privados muito mais poderosos, é o vale tudo.




www.sositaguare.blogspot.com

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