NZINGA MBANDI .

ESTA É A HISTÓRIA!
"NZINGA MBANDI CONTRA A COLONIZAÇÃO PORTUGUESA":
PARTE 03
5 - "Aliança Imbangalas- Portugueses: mercenários para o tráfico de escravos"
Enquanto os bandos Imbangalas destruíam povoados, desorganizavam a produção agrícola, pilhavam os bens e sequestravam os membros das comunidades, os portugueses prosseguiam com a guerra pelo interior de Angola, construindo fortificações ao longo do rio Kwanza e organizando feiras a fim de aumentar o volume do tráfico de escravos. Juntos formaram uma lucrativa e violenta parceria que provocou grande despovoamento da região de Angola. Parreira calculou que, entre os anos 1600-1641, em torno de 72.500 escravos foram exportados de Luanda, com destino prioritário as Índias e a América espanhola. Os escravos eram comprados em feiras, pagos pelos sobas vassalos em forma de tributos e principalmente obtidos na guerra, em que a ação dos Jagas era decisiva.
Nos registros de Battell, conta-se que em 1600, mercadores vindos de Luanda estabeleceram contatos com os Imbangalas perto do porto de Benguela, onde os chamados Jagas haviam destruído grande parte do reino e feito muitos cativos, que lotaram os navios portugueses. Por volta de 1607, o reino de Benguela foi efetivamente destruído pelos Imbangalas e as terras do poderoso Kafuxe foram pilhadas, o que serviu para abastecer o recém fundado presídio de Cambambe com muitos escravos.
No princípio do século XVII, os governadores abandonaram a ideia de fazer de Angola um entreposto comercial e adotaram uma política de agressão militar contra os centro-africanos. A guerra foi um investimento muito presente no orçamento colonial, não obstante a orientação do rei Felipe III da Espanha (Felipe II de Portugal), que preocupado com os altos custos da guerra, mandou os governadores não se envolverem em atritos e se focarem mais no comércio. A Coroa acreditava que o controle do comércio de escravos, mais do que a guerra, tornaria a colônia sustentável e seria a razão da colonização, de caráter pacífico e pagável.
O Governador Manuel Pereira Forjaz (1607-1611) ilustra bem o descompasso entre ordem metropolitana e política colonial para o enriquecimento pessoal. Forjaz recebeu instruções para implementar um governo de “paz e justiça” através da diplomacia. Para compensar as perdas das guerras, o rei estimulava a agricultura comercial como açúcar ou a pesca das conchas nzimbu, usado como moeda no Congo. As ordens régias não foram cumpridas, ao contrário, o governador articulou uma extensa rede comercial que envolvia a guerra para aprisionamento e venda de escravos, o que lhe rendia altos lucros. Pereira Forjaz conectou o comércio de escravos e marfim passando por Mpumbu (nordeste do Congo), pelo porto de Mpinda (Loango) e por Benguela (ao sul). Fortaleceu Cambambe como centro comercial, de onde se podia abrir e explorador novas rotas comerciais para o leste, “até sonhando em alcançar Moçambique na outra costa”. Assim ações militares passam a assumir a primeira importância nos planos governamentais. O governo passou a incentivar os ataques Imbangalas a povoados, de onde saiam grande parte dos homens e mulheres exportados como escravos.
Seu sucessor, Bento Banha Cardoso, assumiu como governador interino em 1611 e foi o primeiro a formalizar a aliança com os Imbangalas, inaugurando uma política de guerra. Banha Cardoso era um soldado veterano que estava em Angola desde 1592 e sua proeminência no campo militar levou a intensificação das guerras.
Banha Cardoso atacou o soba Xilonga do Lukala, formalmente vassalo dos portugueses, alegando que este se tornara desobediente e bloqueara o comércio; ergueu forte de Hango nas terras de Hango a Kikaito, líder da facção norte do Ndongo; ordenou uma campanha ao longo do Kwanza, a leste do forte de Cambambe, atacando as terras de Dembo a Pebo e Pungo a Ndongo na província do Hari.
Banha Cardoso, por descumprir as ordens régias que requeriam governos pacíficos, teve que justificar seus atos bélicos perante a Coroa em 1615, quando foi deposto do cargo. O governador interino argumentou que “levou a guerra a grandes escalas para trazer vassalos desobedientes novamente ao controle português e reabrir as rotas para o comércio”. Alegou que havia trazido mais de 80 sobas para o controle português, garantindo tributos em escravos e assim, a continuidade dos mercados. Ele assinalou que não apenas adquiriu escravos pela guerra, mas que também impôs tributos em escravos as novas terras anexadas
Devido aos sucessos de suas campanhas militares, a Coroa fez “vistas grossas” as violações das instruções reais e decidiu apoiar as guerras em Angola. Banha Cardoso permanece como homem de frente das guerras portuguesas em Angola nos mandatos seguintes e no governo de Fernão de Souza (1624-1630) ocupou o posto de capitão-mor.
A Coroa escolheu o fundador do forte de Cambambe, Manuel Cerveira Pereira, para governar, dirigindo as guerras iniciadas por Banha. Ele foi enviado a Benguela para estabelecer ali um novo reino e conseguir mais escravos para a Coroa.
Com a ajuda dos Kilombos Imbangalas, Cerveira Pereira lançou uma violenta campanha contra Kakulu Ka Hango. Após esta guerra, suas forças dirigiram-se para o nordeste, em direção ao valei do Zenza, onde pilharam os chefes independentes Ndembos. Os lucros da venda de escravos obtidos nesta guerra aumentaram os cofres para a conquista de Benguela e para o próprio enriquecimento do governador.
Cerveira Pereira, ao se estabelecer em Benguela, não conseguiu firmar uma aliança com os bandos Imbagalas do sul pois, de acordo com os estudos de Miller, a instituição do Kilombo teria surgido entre os Ovimbundos desta região, e sendo assim, estes povos estavam mais estruturados ali e não precisavam buscar aliados externos para enfrentarem a população local, como acontecia na porção norte do Ndongo, onde atacavam os povos Mbundo. Os Imbangalas do sul recusavam o comércio com os Portugueses como o pagamento de tributos. “Viviam em abrigos rochosos fortificados, onde armazenavam água e comida para suportar os cercos.” Os portos de Benguela não passavam de pequenos entrepostos engajados no comércio local de comida.
Após a partida de Cerveira Pereira de Benguela em 1617, a Coroa escolheu Luis Mendes de Vasconcelos para sucedê-lo como governador de Angola, cumprindo mandato até 1621.
Vasconcelos foi para Angola com objetivo de regulamentar o tráfico negreiro revertendo para a Coroa os impostos de exportação, porém a necessidade de fortalecer-se militarmente para derrotar Ngola Mbandi fez com que o governador se aliasse aos Imbangalas.
Antes de sua chegada em Angola, Vasconcelos acreditava que escravos poderiam ser gerados por ações militares e chegou a escrever:
"o comércio de escravos, que é tão importante para o tesouro de Sua Majestade, poderia ser escassamente mantido, porque na ordem do tráfico ser satisfatório, é necessário ter as armas em punho".
Em seu plano inicial, Vasconcelos propunha o uso das táticas tradicionais europeias para vencer estas guerras e denunciava o uso de Imbangalas, “muito contrários ao serviço de Deus e de Sua Majestade”, especialmente porque eles tinham sido usados como “cães farejadores para injustamente traze-los (as populações locais) como escravos.” Ele antevia que a estratégia de usar continuamente os Imbangalas “em algum tempo consumiria os nativos deste reino em um caminho que levaria a despovoamento.”
Inicialmente contrário aos Imbangalas, percebeu que a extraordinária força militar que eles conseguiam mobilizar rapidamente poderia lhe ser útil para ameaçar o Ngola. A tradição oral recolhida por Miller narra o momento em que Kulaxingo, chefe Imbangala chamado pelos portugueses de Jaga Kasanje, se apresenta ao governador Vasconcelos oferecendo apoio para lutar contra o Ngola: explicou que o régulo tinha construído uma fortaleza mágica que os portugueses eram incapazes de atingir e assim o governador precisaria das armas mágicas do dito Jaga. Esta narrativa reforça a crença dos Imbangalas de que a sorte na guerra dependia também da manipulação de apetrechos mágicos.
Os portugueses tentavam penetrar no reino do Ndongo e ampliar as redes do comércio de escravos. Ao transferir o presídio de Hango para Ambaca, região muito próxima a Kabaça, capital do Ndongo, Vasconcelos iniciou uma violenta guerra com Ngola Mbandi, que resultou na prisão da mulher e mãe do rei do Ndongo. Ngola Mbandi abandonou Kabaça e se refugiou numa das ilhas do rio Kwanza chamada Kindonga, onde acabou morrendo. A saída da fortaleza de Ambaca vai ser a principal exigência do Ndongo nos acordos subseqüentes, inclusive o assinado por Nzinga Mbandi na ocasião do seu batismo. Para invadir o Ndongo, Mendes de Vasconcelos recebeu suporte do soba Mubanga “parente do rei de Angola que deu um portão e entrada para suas terras para a dita conquista.”
A violência empregada nestas guerras ficou registrada pelo oficial português, Manuel Severim, que narra o ataque ao Sova Gaita, aliado ao Ngola, feito por João Mendes de Vasconcelos, filho do governador, que mandou degolar 94 poderosos, “com algum escândalo dos naturaes”.
Tanto Miller como Heywood- Thorton acreditam que a chave para o sucesso das forças portuguesas foi a aliança com os bandos Imbangalas. A conquista de Angola não teria se efetivado sem o apoio destes guerreiros. Os governadores lusos exploraram as rivalidades entre facções do norte e do sul no Ndongo, para capturar escravos ao longo dos rios Lukala e Kwanza. No século XVII, a tecnologia militar européia não representava superioridade, ao contrário, eram os Imbangalas e a organização em kilombos que eram decisivos para garantir a vitória.
Em tempos pacíficos, os Imbangalas capturavam os agricultores locais para serem vendidos como escravos e, em tempos de guerra oficialmente declarada, juntavam-se às expedições portuguesas. Havia uma relação de complementaridade entre os interesses Imbangalas e portugueses: enquanto os Imbangalas preferiam guardar os rapazes mais novos ainda não submetidos a circuncisão das linhagens para serem iniciados nos rituais dos Kilombos, os portugueses se interessavam por homens e mulheres adultos para serem escravizados na América. Nos dizeres de Miller:
"Os Imbangalas tornaram-se, assim, a ambivalente pedra basilar que sustentava os dois braços do duplo sistema comercial que atingiu a fase de maturidade durante a primeira parte do século dezassete."
Em conseqüência da parceria econômico-militar entre portugueses e Imbangalas, um grande empório de escravos se desenvolveu nas proximidades do Médio Lukala. Como os Imbangalas conseguiam capturar mais escravos do que era absorvido pelos canais oficiais do governo, paralelamente desenvolveu-se um sistema ilegal do tráfico. A aliança entre o governo português e Imbangalas gerou uma contradição no sistema colonial, pois muitos sobas invadidos pelos bandos guerreiros ficavam incapacitados de fornecerem o tributo em escravos exigidos pela coroa.
Rebello de Aragão, enviado por Felipe III em 1618 para avaliar a posição de seu exército em Angola, deu parecer de que, inicialmente, tal aliança foi fundamental para a colônia e para o estabelecimento do tráfico negreiro, porém os Imbangalas tornaram-se arrogantes e começaram a desviar escravos que deveriam ter ido para a alfândega real em Luanda. O emissário atribuía a culpa do tráfico ilegal não apenas aos africanos, mas também aos oficiais portugueses que encorajavam o rapto da população local. Os reis Imbangalas eram tratados com grande dignidade pelos oficiais lusos. A relação de Garcia Mendes Castelo Branco argumentava que o rei português deveria oferecer três tonéis de vinho por ano aos Imbangalas para garantir sua lealdade e o lucrativo tráfico de escravos que eles proporcionavam.
Contudo, as alianças com os Imbangalas eram sempre flutuantes e eram guiadas mais por seus interesses que por laços de fidelidades. Em diversos momentos, os mesmos reis Imbangalas que serviam aos portugueses os atacavam em batalhas posteriores. O próprio Jaga Kasanje, que ajudou o ataque ao Ndongo em 1617, após a invasão, se recusa a sair das terras pleiteadas e passou a ser considerado um dos principais inimigos dos portugueses.
Cadornega narra episódios em que os ditos Jagas acompanhavam os exércitos portugueses. Em sua narrativa cronologicamente confusa, registra o momento que os Jagas Caza e Donga abandonam os portugueses e passam a lutar em função da Rainha Nzinga:
"Nesta ocazião do Cerco da Fortaleza de nossa Senhora da Asumção da Embaca accompanhou tambem o tenente General o Jaga Donga com seu Quilombo o qual servia debaixo de nossas bandeiras, como o fazia tambem como dito he o Jaga Caza, o qual, tendo-nos assistido à Conquista do Dongo com o Governador e Capitão geral, se rebellou o que obrigou ao Governador estando já de convalescença de seus achaques a tornar á Conquista a dar as ordens necessárias por ser cauza de muita importância o afastarse-nos este poderozo Jaga e tambem se havia rebelado outro Jaga por nome Caza."
Miller acredita que os Imbangalas rejeitaram “o papel de mercenários empregados exclusivamente pelo governador de Angola e tinha voltado ao seu papel original, como agentes de comerciantes privados.”
THIS IS HISTORY!
"Nzinga Mbandi PORTUGUESE SETTLEMENT AGAINST":
PART 03
5 - "Alliance Portuguese Imbangalas-: mercenaries to the slave trade"
While Imbangala flocks destroyed villages, desorganizavam agricultural production, looted property and kidnapped community members, the Portuguese continued the war through the interior of Angola, building fortifications along the Kwanza River and organizing fairs in order to increase the volume slave trade. Together they formed a lucrative and violent partnership that caused great depopulation of Angola region. Parreira has calculated that, between the years 1600-1641, about 72,500 slaves were exported from Luanda, with the main destination Indies and Spanish America. Slaves were bought at fairs, paid by vassals chiefs in the form of taxes and mainly obtained in the war, where the action of Jaga was decisive.
The records of Battell says that in 1600, merchants from Luanda established contacts with Imbangala near the port of Benguela, where the so-called Jaga had destroyed much of the kingdom and made many captives, who packed the Portuguese ships. Around 1607, the kingdom of Benguela was effectively destroyed by Imbangala and the land of the mighty Kafuxe were looted, which served to supply the newly established prison Cambambe with many slaves.
In the early seventeenth century, the governors abandoned the idea of making Angola a trading post and military adopted a policy of aggression against the Central Africans. The war was very present investment in the colonial budget, despite the guidance of King Philip III of Spain (Felipe II of Portugal), who worried about the high costs of the war, sent the governors do not get involved in conflicts and more focus on trade. The Crown believed that the control of the slave trade rather than war, become a sustainable colony and would be the point of colonization, peaceful and payable character.
The Governor Manuel Pereira Forjaz (1607-1611) illustrates the gap between metropolitan and colonial political order for personal enrichment. Forjaz was instructed to implement a government of "peace and justice" through diplomacy. To compensate for losses wars, King encouraged commercial agriculture as sugar or fishing of nzimbu shells, used as currency in Congo. The royal orders were not fulfilled, on the contrary, the governor articulated an extensive commercial network involving the war to capture and sale of slaves, which earned him high profits. Pereira Forjaz connected the slave trade and ivory through Mpumbu (northeastern Congo), the port of Mpinda (Loango) and Benguela (south). Cambambe strengthened as a commercial center, from which you could open and explorer new trade routes to the east, "even dreaming of reach Mozambique on the other coast." Thus military actions begin to take the first importance in government plans. The government began to encourage Imbangala attacks on villages from which leave many men and women exported as slaves.
His successor, Benedict Banha Cardoso, took over as acting governor in 1611 and was the first to formalize the alliance with the Imbangala, inaugurating a policy of war. Banha Cardoso was a veteran soldier who was in Angola since 1592 and its prominence in the military field led to intensification of wars.
Banha Cardoso attacked the Xilonga the Lukala chief, formally vassal of the Portuguese, claiming that this had become disobedient and blocked trade; raised strong Hangö in the grounds of the Hangö Kikaito, leader of the northern faction of Ndongo; He ordered a campaign along the Kwanza, east of Fort Cambambe, attacking the lands of the Dembo Pebo and the Pungo Ndongo in the province of Hari.
Banha Cardoso, for failing the royal orders requiring peaceful governments, had to justify his actions before the war Crown in 1615, when he was deposed from office. The acting governor argued that "led to war to large scales to bring disobedient vassals back to the Portuguese control and reopen the routes for trade". He claimed he had brought more than 80 chiefs to the Portuguese control, ensuring taxes on slaves and thus the continuity of the markets. He pointed out that not only slaves acquired by war, but also imposed taxes on slaves new land attached
Due to the success of his military campaigns, the Crown has "a blind eye" violations of actual instructions and decided to support the wars in Angola. Banha Cardoso remains as front man of Portuguese wars in Angola in the following mandates and government Ferdinand de Souza (1624-1630) held the rank of Captain General.
The Crown chose the founder of Fort Cambambe, Manuel Cerveira Pereira, to govern, directing the wars initiated by Lard. He was sent to Benguela there to establish a new kingdom and get more slaves to the Crown.
With the help of Kilombos Imbangala, Cerveira Pereira launched a violent campaign against Kakulu Ka Hangö. After the war, his forces went to the northeast, toward the Valei the Zenza where looted independent heads Ndembos. Profits from the sale of slaves obtained in this war increased the coffers to conquer Benguela and self-enrichment of the governor.
Cerveira Pereira, to settle in Benguela, could not enter into an alliance with the South Imbagalas flocks because, according to the Miller study, the institution of Kilombo have arisen between ovimbundos this region, and therefore, these people were more Structured there and did not need to seek external allies to face the local population, as happened in the northern portion of Ndongo, which attacked the Mbundo people. Southern Imbangala refused to trade with the Portuguese as the payment of taxes. "They lived in fortified rock shelters, where they stored food and water to withstand the siege." The ports of Benguela were only small warehouses engaged in local shops for food.
After starting Cerveira Pereira de Benguela in 1617, the Crown chose Luis Mendes de Vasconcelos to succeed him as governor of Angola, fulfilling a mandate until 1621.
Vasconcelos went to Angola in order to regulate the slave trade reverting to the Crown export taxes, but the need to strengthen militarily to defeat Ngola Mbandi caused the governor allied to Imbangala.
Before his arrival in Angola, Vasconcelos believed that slaves could be generated by military action and even wrote:
"the slave trade, which is so important to the treasure of His Majesty, could scarcely be maintained, because the order of the traffic to be satisfactory, it is necessary to have weapons drawn."
In his initial plan, Vasconcelos proposed the use of European traditional tactics to win these wars and denounced the use of Imbangala, "very contrary to the service of God and of His Majesty", especially since they had been used as a "sniffer dogs to unfairly bring them (local people) as slaves. "I foresaw that the strategy of continuously using the Imbangala" sometime consume the natives of this kingdom on a path that would lead to depopulation. "
Initially opposed to Imbangala realized that the extraordinary military that they could mobilize quickly might be useful to threaten the Ngola. Oral tradition collected by Miller recounts the time when Kulaxingo, head Imbangala called by the Portuguese Jaga Kasanje, is presented to the Governor Vasconcelos offering support to fight against the Ngola: explained that the nobleman had built a magical fortress that the Portuguese were unable to achieve and so the governor would need the magical weapons of Jaga said. This narrative reinforces the belief of Imbangala that luck in war depended also the manipulation of magical paraphernalia.
The Portuguese tried to enter the kingdom of Ndongo and expand the networks of the slave trade. When transferring the prison to Hangö Ambaca, region very close to Kabaça, capital of Ndongo, Vasconcelos began a violent war with Ngola Mbandi, which resulted in the arrest of women and Ndongo the king's mother. Ngola Mbandi abandoned Kabaça and took refuge in one of the islands of the Kwanza river called Kindonga where eventually died. The output of Ambaca fortress will be the main requirement of Ndongo in subsequent agreements, including the one signed by Nzinga Mbandi at the time of his baptism. To invade Ndongo, Mendes de Vasconcelos received soba support Mubanga "of Angola king's relative who has a gate and entrance to their land for said achievement."
The violence used in these wars was recorded by Portuguese official, Manuel Severim, who narrates the attack on the Sova Gaita, coupled with the Ngola, made by João Mendes de Vasconcelos, governor's son, who had beheaded 94 powerful, "with some scandal of the natives" .
Both Miller as Heywood- Thorton believe that the key to the success of the Portuguese forces was the alliance with the Imbangala flocks. The conquest of Angola would not have been effected without the support of these warriors. The lusos governors explored the rivalry between northern and southern factions in Ndongo, to capture slaves over the Lukala and Kwanza rivers. In the seventeenth century, European military technology did not represent superiority, by contrast, were the Imbangala and the organization Kilombos that were crucial to ensure victory.
In peaceful times, the Imbangala captured local farmers to be sold as slaves, and officially declared wartime, would gather the Portuguese expeditions. There was a complementary relationship between Imbangala and Portuguese interests: while the Imbangala preferred to keep the younger boys not yet undergoing circumcision of the lines to be initiated into the rituals of Kilombos, the Portuguese were interested in adult men and women to be enslaved in America . In Miller's words:
"The Imbangala became thus ambivalent cornerstone that held both arms of the dual trading system that reached the stage of maturity during the early part of the seventeenth century."
As a result of economic and military partnership between the Portuguese and Imbangala, a great emporium of slaves developed near the Middle Lukala. As Imbangala could capture more slaves than was absorbed by the government's official channels in parallel developed an illegal trafficking system. The alliance between the Portuguese government and Imbangala generated a contradiction in the colonial system, as many chiefs invaded by warriors gangs were unable to provide tribute in slaves required by the crown.
Rebello de Aragon, sent by Philip III in 1618 to assess the position of his army in Angola, gave the opinion that, initially, such an alliance was vital to the colony and the establishment of the slave trade, but the Imbangala became arrogant and They began to divert slaves who should have gone to the actual customs in Luanda. The envoy attributed to illegal trafficking of guilt not only to Africans, but also to the Portuguese officers who encouraged the kidnapping of local people. The Imbangala kings were treated with great dignity by lusos officers. The relationship of Garcia Mendes Castelo Branco argued that the Portuguese king should offer three wine barrels a year to Imbangala to ensure their loyalty and the lucrative slave trade they afforded.
However, alliances with Imbangala were always fluctuating and were guided more by their interests than by allegiances ties. At various times, the same Imbangala kings who served the Portuguese attacked them in later battles. The very Jaga Kasanje, who helped attack on Ndongo in 1617, after the invasion, refuses to leave the land pled and was regarded as one of the main enemies of the Portuguese.
Cadornega narrates episodes wherein said Jagas accompanied the Portuguese armies. In his chronologically confused narrative, records the time that Jagas Caza and Donga abandon the Portuguese and start to fight due to the Queen Nzinga:
"In this ocazião the Fortress Siege of Our Lady of Asumção of blurs accompanhou also Lieutenant General the Jaga Donga with your Quilombo which served under our banners, as did also as said he the Jaga Caza, which, taking us attended the Dongo Conquest with the Governor and General Captain, if rebellou which forced the Governor already being convalescent of his ailments to making you Conquest to give the necessary orders to be Cauza very important the afastarse us this Jaga poderozo and also had rebelled another Jaga Caza by name. "
Miller believes Imbangala rejected "the role of mercenaries employed exclusively by the governor of Angola and had returned to its original role as agents of private traders."
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