Feliz Dia Internacional da Mulher - Bertioga: ocupação da praia do Indaiá



Na maior parte dos lares que conheço quem manda ou,
pelo menos, determina uma série de aspectos é a mulher. Sim, isso tem a ver com
a omissão dos homens, mas também com a inflexibilidade dos modelos
aprendidos...Ainda carregamos a mala pesada e sem alça dos papéis tradicionais.
E pesa para todos, mulheres, homens e crianças... Ainda há homens que preferem
a mulher presa em casa e ainda há mulheres que preferem ser providas e quem
está pagando essa conta são as crianças, a saber, o futuro...Seja como mãe, líder
de família, esposa tradicional ou companheira sem filhos, a mulher detém a
maior parte do controle sobre o consumo doméstico, mesmo porque, quase sempre,
é quem controla o orçamento...A maioria das mulheres controla o alimento e a
nutrição das famílias. Adota, mantém e perpetua os hábitos de higiene e
saúde...Independente do orçamento, também é quase sempre a mulher quem
determina a lista de compras...Por organizarem a agenda da maior parte das
casas, também determinam consumo energético, consumo de água, volume e
toxicidade dos efluentes...Não bastasse, costuma caber às mulheres a vida
afetiva, o colo, o cuidado com os filhos. Homens presentes ou não,quem escolhe
o acabamento da casa, os móveis, o estilo, o padrão de conforto e praticidade
é, na maioria das vezes, a mulher. O público alvo da maior parte dos orçamentos
publicitários é feminino. As pesquisas dos principais itens de consumo são
dirigidas à mulher. O design industrial, a arquitetura de interiores, a
decoração e, portanto, o que será conservado, utilizado e limpo é decidido por
quem coordena tais cuidados...Esse poder precisa ser reconhecido e incorporado
cada dia mais à luta por um mundo mais sustentável...Ainda que o homem seja o
opressor oficial do planeta; diante da natureza, mulheres e homens oprimem
igualmente...Por mais que muitos homens estejam cada vez mais afetivos e
envolvidos, quem cuida da maioria dos hábitos, da educação, das escolhas
vocacionais e da cultura que as crianças levam para suas vidas são as
mulheres... A divisão dessas responsabilidades está longe de ser
igualitária...E o mais triste é que quem constrói a realidade psicoafetiva de
um lar e carrega nas costas a responsabilidade pelo astral, pelo clima da casa,
a ansiedade ou harmonia são, quase sempre, as mulheres... Infelizmente, a
maioria dos homens se nega a lutar por seu lugar na rotina doméstica e nessas
escolhas ou, simplesmente, desiste de tentar como eu....E aqui registro, mais
que uma provocação, um questionamento: a quem interessa o paradigma doméstico
urbano e a prisão da mulher à responsabilidade de nutrir culturalmente o modelo
vigente de consumo?... O que enxergo é que ao invés de dividirmos a escravidão
precisamos lutar para livrar o mundo dela, inclusive, pela educação dos filhos.
Ainda que isso renda milhares de páginas em debates, digo que a razão de muitas
mulheres e homens preferirem viver sozinhos é a negação das dinâmicas
domésticas tradicionais e, logicamente, a negação da banalização da vida em
função dessa rotina conjunta e dos amaldiçoados papéis inerentes... Que loucura
pensar na rotina doméstica dessa forma quando é o que tantos sonham ter, mas é
a partir dos lares que enxergo a transformação do mundo... Acredito, ainda que
com ressalvas, na Revolução da Colher, na quebra desse paradigma de infelicidade
coletiva, a partir da pia da cozinha e do rompimento com a lógica de que a
natureza está à serviço da civilização como uma mamma tradicional...Pensando
nisso... A todas as mulheres, dedico uma flor. Mas não vou entregá-la. Preferi
deixá-la onde estava. Era uma margaridinha que brilhava no meio do mato às dez
da manhã com uma cor só sua, um jeito só seu, seu lugar único no mundo e seu
tempo...Talvez a roubasse de um jardim. Porque as flores não têm dono. Mas não
quero dar nada roubado...Por isso, olhei para essa flor e decidi que não vou
roubar-lhe a vida em homenagem a ninguém...É um vaso a menos para lavar. Menos
sabão na pia. Mais tempo para viver...Da mesma forma, não daria a ninguém uma
dúzia de rosas parrudas, adulteradas em laboratório e adubadas com agrotóxicos.
Qual o sentido de uma flor ensebada de conservantes, embalada em plástico e
papel? Qual o sentido de flores perdidas no meio de um balaio de mentiras
comerciais? Como é isso de flores que geram lixo? Como celebrar a vida com
tantas toxinas?...Por isso, nas entrelinhas desse texto desintoxico meu coração
de tanto consumo, tanta obrigação, tantas cobranças, opressões e competições
enquanto a vida é banalizada. E passa... Se é um dia de comemorar a luta, basta
uma flor autêntica. Estava lá, e lá deixei para não ferir sua vida...Espero que
as mulheres aceitem este não-assassinato como homenagem...Sim, há mulheres que
preferem flores ceifadas e egoístas, de preferência, na companhia de chocolates
ou alimentos que contenham açúcar. Mas não as ganharão de mim... Esta é uma
flor tão simples e poderosa que, apesar de todas as necessidades, sabe muito
bem que não precisar é poder ...Ela está lá em seu meio, plena de seu papel na
natureza, rica em todo seu potencial. Respeitada em sua necessidade, seu valor,
seu instinto, sua procura por mais vida. Pequena, aparentemente tola, essa flor
é de cada uma das mulheres conscientes deste planeta. E me desculpem dizer que
as mulheres são deste planeta. Começo a desconfiar que os homens também não
são...Este planeta é de meia dúzia que brinca de economia e pelo estado de
nossa civilização, digo que o dia de hoje, se é que temos a celebrar, é dia de
celebrar a vida,a não de cultuar o mercado...Por isso, essa flor mirrada,
quieta no seu mundo, sem publicidade, sem opressão, sem dispêndio energético
além dessas palavras. Uma flor respeitada em seu ciclo...É assim que tenho
pensado nossos gêneros... O que distingo hoje em dia são os que insistem em dar
significado a flores arrancadas, daqueles que amam a vida...Gostaria que esse
Dia Internacional da Mulher fosse dia de incorporar o olhar feminino à
administração do mundo. Ao invés de competir em tolice e mesquinharia, usar o
poder da vida para deter o tempo do mercado. Dia de tirar as toxinas do prato
de nossos filhos. Dia de reduzir a geração de resíduos, para promover a saúde a
partir dos menores hábitos ...Somente pelo olhar feminino -- de mulheres e
homens -- poderemos reaver as estações do ano, resgatar o amor em todas as suas
possibilidades, reatar com nossos desejos legítimos e questionar o que
significa humanidade... Ensinemos nossos filhos a respeitar os ciclos da
natureza, a amar a vida, a cultuar a saúde, a conter a opressão a si mesmos e
aos outros, a partir de atitudes...É de nossos corações que precisamos tirar a
opressão. Essa é a luta...Ainda falta muito para falarmos em
igualdade...Metaforicamente, não precisamos de mulheres executivas ou de homens
que lavem louça, mas de homens e mulheres que joguem esse modelo degradante de
banalização da vida para o alto e resgatem o que têm de sagrado! A relação
entre as pessoas depende do valor da vida para cada uma delas...Ao consumir e
decidir o rumo de nossos lares, é preciso lembrar : a natureza é mãe!





Este blogueiro recebeu uma denúncia que precisa ser apurada pelas autoridades responsáveis. Está em curso um processo de ocupação da ponta da praia do Indaiá (foto acima), em Bertioga, que pode trazer prejuízos ambientais irreparáveis.
Segundo a fonte, empresas da área náutica que estão se instalando no local teriam relocado as balizas que orientam o acesso de embarcações ao mar, existentes na areia, de forma a aproximar a faixa de acesso de barcos e jet skis de instalações que serão construídas na faixa de areia.
Diga-se de passagem, o outro lado da península já foi objeto da tentativa de instalação de um enrocamento destinado à mesma finalidade, para atender a Riviera de São Lourenço, cujas obras foram embargadas, mas permanecem no local. Esta estrutura, que impede a livre circulação pela praia e afeta a dinâmica da sedimentação na faixa de areia, pode ser vista na foto acima, a direita da península.
Portanto, parece haver uma pressão para ocupação desta bela porção de nossa região, em benefício de empresários e usuários de embarcações, em detrimento do direito de circular livremente pela praia.
Com a palavra as autoridades competentes, nas três esferas de governo. 

www.sositaguare.blogspot.com

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