A PROCURA DE OUTRA TERRA, A CAÇA DE PLANETAS COMEÇOU .
Há 20 anos, descobrir uma nova Terra era um sonho de ficção cientifica. Mas, em questão de uma geração, astrônomos passaram a acreditar que é possível que isso aconteça.
"Encontrar evidência de vida fora da Terra não é mais apenas um sonho", disse Natalie Batalha, uma astrônoma do centro de pesquisa Ames, da NASA. "É algo que podemos realizar - talvez não durante a minha vida, mas durante a da minha filha."
O sentimento de Batalha foi ecoado no último sábado por homens e mulheres que falaram na cerimônia de abertura do Instituto Carl Sagan na Universidade de Cornell. O instituto, ideia da astrônoma Lisa Kaltenegger, foi criado para explorar a diversidade de mundos que começamos a observar no horizonte cósmico. Se tivermos sorte, pode ser que encontremos um novo planeta como a Terra. Ou dezenas deles. Ou milhares.
"Como descobrir se um mundo que orbita outra estrela é um lugar habitável?", Kaltenegger pergunta. "Estamos vivendo a primeira vez na história que podemos ter as ferramentas para responder essa questão."
Encontrar uma Terra 2.0 não será fácil. O esforço para isso será enorme, mas astrônomos, cientistas planetários, químicos e biólogos no Instituo Carl Sagan já têm um plano para isso. Eis como eles tentarão encontrar o próximo pálido ponto azul e, assim, acabar com a nossa solidão cósmica.
É uma era maravilhosa para se estar vivo caso você se interesse em mundos além do nosso sistema solar. Ao longo das últimas duas décadas, a ciência exoplanetária passou por uma verdadeira revolução, e mesmo para quem é cético com a ideia de vida alienígena, as descobertas que fizemos são bastante impressionantes.
Preste atenção esses números: há vinte anos, astrônomos ainda não tinha confirmado a existência de nenhum planeta fora do nosso sistema solar. Nos últimos seis anos, a missão Kepler da NASA - um telescópio espacial que orbita nosso Sol e observa mais de 100 mil estrelas de uma vez - conseguiu descobrir mais de 4.100 candidatos a planetas e confirmou a existência de mais 1.000. O telescópio Kepler não está escaneando todo o céu. Em vez disso, ele monitora uma pequena parte da nossa galáxia, como se fosse uma espécie de censo cósmico. Com esse censo, os astrônomos usaram as estatísticas para extrapolar a distribuição de planetas ao longo da Via Láctea.
"Descobrimos que a maioria das estrelas têm planetas, e planetas com o tamanho da Terra são comuns, e uma boa parte deles está em zonas habitáveis da estrela", explicou Bill Borucki, líder da missão Kepler. "E quando você coloca esses números em perspectiva: 100 bilhões de estrelas, 10% com planetas do tamanho da Terra, 10% das estrelas têm Sol, isso dá um bilhão de planetas com o tamanho da Terra em zonas habitáveis de estrelas como o Sol."
Vou repetir a última parte. Talvez exista um bilhão de planetas do tamanho da Terra em zonas habitáveis de estrelas como o Sol. Há trinta anos os astrônomos não tinham certeza da existência de nenhum. E isso, claro, apenas dentro da nossa galáxia.
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