O sumiço das Borboletas


O SUMIÇO DAS BORBOLETAS 
Aqui, no litoral norte do Paraná, este mês de junho tem sido extremamente
sombrio: o céu inteiramente nublado quase o tempo todo, com chuvas
frequentes. Como sabem, em tais condições as borboletas não voam e assim
acabam ficando sem se alimentar. Do início do mês até a última sexta-feira
(22 de junho) tinham sido visto somente seis espécies de borboletas. Foi um
número absurdamente baixo, considerando a média de junho dos anos anteriores
(2007-2010) tinha sido um total de 55 espécies. 
Surgiu então a ideia de escrever esta mensagem de titulo clamoroso. Também
vieram as seguintes perguntas: será que todas as borboletas migratórias
foram embora e será que morreram de fome todas aquelas que ficaram?
Restavam-me poucos dias até o encerramento deste mês para achar a resposta,
pois na quarta-feira (hoje) tinha de viajar a Curitiba (devido a uma
consulta médica marcada para a quinta). Não pretendia voltar ao litoral
antes de 2 de julho. Assim, decidi fazer um esforço especial para descobrir
se ainda sobrava alguma borboleta no litoral norte. Na manhã do sábado, 23
de junho, peguei o ônibus para Antonina, onde percorri o trecho da estrada
de ferro abandonada ao longo da Avenida Conde Matarazzo. Este local costuma
ser rico em borboletas, devida à abundância de picão-preto-branco (Bidens
alba), uma planta que floresce em todos os meses e cujas flores atraem
grande variedade de borboletas. Esta vez, no entanto, estive sem sorte; o
céu logo se fechou de nuvens e assim permaneceu pelo resto do dia. À noite
voltei para casa ‘arrasado’, pois não tinha visto uma única borboleta! 
Na tarde do dia seguinte fiz mais uma tentativa: caminhei da minha casa pela
PR-405 e em seguida pela PR-340, em direção à Antonina. Apesar da camada de
nuvens relativamente fina, com o sol de vez em quando mostrando a ponta do
nariz, novamente tive de passar o dia sem fazer um único registro de
borboletas. Há em 25 de junho o tempo finalmente mudou para o melhor e
aproveitei para repetir a caminhada do sábado. Esta vez houve bastante sol e
o resultado acabou sendo mais do que satisfatório. Ao longo do dia vi
aproximadamente duas centenas de exemplares de borboletas, pertencentes a 24
espécies diferentes! Este resultado provou que muitas borboletas tinham
conseguido sobreviver, como adultas ou como crisálides, pelo período de
tempo desfavorável ao longo deste mês. 
Ontem (26 de junho) acabou sendo outro dia totalmente nublado, sem
borboletas em voo. Assim, o número total deste mês permaneceu em 27 espécies
É a metade do valor médio de junho, o que mostra que realmente tem sido
péssimo para as borboletas. Deve ter sido igualmente ruim para muitos outros
insetos e também para as pessoas que dormem na rua ou residem numa casa com
goteiras. Um destes coitados me sugeriu que a escassez de borboletas poderia
ser uma consequência também da “triste falta de flores”. Mas isso certamente
não é o caso, pois houve muitas flores atraentes para borboletas neste
último mês, principalmente as seguintes (em ordem decrescente de
atratividade para as borboletas): as nativas ou subespontâneas
picão-preto-branco, margaridão, cambará-de-espinho, algodão-de-preá,
framboesa-silvestre, girassol-mexicano, beijo-de-frade, lantana-branca,
jalisco e oficial-de-sala; e as plantadas poinsétia, malvavisco, cordiline e
cósmo-amarelo. 
Resolvi manter o título assombroso desta carta para despertar o seu
interesse, na esperança que desta foram talvez lessem a mensagem até o fim. 

(André de Meijer, quarta-feira 27 de junho de 2012) 


26/6/2012 no Jardim Botanico Chico Mendes varias borboletas de vários tipos e cores voavam e pousavam nas flores uma dança quadrilha de voo comemorando a liberdade,que desfrutam no paraiso da mata Atlantica,restinga,horta ecologica, flores de varias espécies, etc.


www.sositaguare.blogspot.com

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