A ÚLTIMA PRAIA É TAMBÉM A MAIS ANTIGA
Itaguaré, em Bertioga, considerada a última praia ainda preservada de toda a Baixada Santista, é também a mais antiga planície costeira do ponto de vista geológico.
A constatação é de um estudo feito pelo Instituto Geológico, órgão da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA/SP).
Segundo a pesquisadora e também professora de pós-graduação do curso de Geografia da USP, Celia Regina de Gouveia Souza, Itaguaré possui resquícios de paleopraias que datam de mais de 123 mil anos.
Vestígios dessa natureza são raros no Brasil, explica a pesquisadora. Evidências semelhantes ocorrem apenas no litoral do Rio Grande do Sul.
O MAIS IMPORTANTE
Por ter permanecido relativamente livre da ação humana ao longo dos últimos milhares de anos, a praia, até o encontro com a Serra do Mar, constitui-se hoje no que a geóloga classifica como o “mais importante corredor de sub-biomas de planície costeira existente no Estado de São Paulo”.
Para se ter uma ideia do que isso representa, a pesquisadora cita a resolução 7/1996do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Essa resolução descreve toda a vegetação de restinga do Estado de São Paulo.
Em Itaguaré, na faixa que vai da praia até o sopé da Serra do Mar, podem ser encontradas todas as formações vegetais descritas pela resolução. Além disso, ainda foram descobertos outros dois novos tipos de florestas.
ALTA DIVERSIDADE
Boa parte dessa diversidade encontra-se hoje guardada no Herbário da Universidade Santa Cecília.
Entre 1998 e 2006, pesquisadores da Unisanta em parceria com o Instituto de Botânica (SMA/SP), catalogaram a presença de 611 espécies vegetais em Itaguaré, uma diversidade considerada “muito alta” pelo biólogo Paulo de Salles Penteado Sampaio, da Unisanta.
“A título de comparação, em Picinguaba, no litoral norte paulista, são 696 as espécies encontradas. Já na Ilha do Mel, no Paraná, são 555. Ambas, porém, são Unidade de Conservação”, explica o pesquisador.
“O último levantamento feito nesse trecho de Bertioga identificou 10 espécies que constam da lista de plantas ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo. Outras 32 são consideradas raras e duas representam a primeira ocorrência para nosso Estado. Isso ressalta ainda mais a urgência de se proteger essa área”.
A professora Celia Regina concorda. “Sabemos que existe muita pressão para ocupar Itaguaré. Mas esta é a última praia ainda preservada em toda a Baixada Santista, desde a faixa de areia até a Serra do Mar”.
SERVIÇO:
No próximo dia 27, a pesquisadora Celia Regina de Gouveia Souza estará lançando, em Santos, o livro “Restinga: Conceitos e Empregos do Termo no Brasil e Implicações na Legislação Ambiental”, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb).
ÁREA PODE VIRAR UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
No início do próximo ano, o Instituto Chico Mendes (ICMBIO), ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), deve dar início às Consultas Públicas no intuito de transformar a região que engloba a praia de Itaguaré em uma Unidade de Conservação (UC).
Caso seja aprovada, a UC envolveria uma área equivalente a 12 mil campos de futebol, indo da praia, que possui cerca de 4 km de extensão, até o sopé da Serra do Mar.
A proposta, segundo Daniel ‘Kurupira’, do Instituto Ibiosfera, já teria parecer favorável do MMA, contanto, inclusive, com apoio do secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo, Xico Graziano.
Como presidente do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), Graziano já se posicionou favorável a preservação da área, em detrimento de propostas que visam instalar empreendimentos imobiliários de veraneio ´´ opção que segundo Ingrid Oberg, chefe do escritório regional do Ibama em Santos, enfrentará sérias dificuldades com base na legislação ambiental.
“Há várias regras restritivas. Além disso, Bertioga não carece de áreas para esse tipo de expansão. A cidade possui, inclusive, loteamentos ainda não ocupados”.
Para Ingrid, caso não seja transformada em UC, Itaguaré seguirá “um modelo perverso” de ocupação, caracterizado pelo chamado ‘turismo de segunda residência’. “Estimular esse tipo de negócio é uma porta aberta para invasões”.
Atualmente, com base no texto preliminar do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) da Baixada Santista, Itaguaré aparece dividido em duas zonas.
A parte próxima à foz do rio Itaguaré está classificada como Zona 1 (preservação permanente). O restante, a maior parte da área, aparece como Zona 4, ou seja, se aprovada permite a construção de residências.
FONTE:http://atribuna.wsoma.com/noticias.asp?idnoticia=1346&idDepartamento=29&idCategoria=0
A constatação é de um estudo feito pelo Instituto Geológico, órgão da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA/SP).
Segundo a pesquisadora e também professora de pós-graduação do curso de Geografia da USP, Celia Regina de Gouveia Souza, Itaguaré possui resquícios de paleopraias que datam de mais de 123 mil anos.
Vestígios dessa natureza são raros no Brasil, explica a pesquisadora. Evidências semelhantes ocorrem apenas no litoral do Rio Grande do Sul.
O MAIS IMPORTANTE
Por ter permanecido relativamente livre da ação humana ao longo dos últimos milhares de anos, a praia, até o encontro com a Serra do Mar, constitui-se hoje no que a geóloga classifica como o “mais importante corredor de sub-biomas de planície costeira existente no Estado de São Paulo”.
Para se ter uma ideia do que isso representa, a pesquisadora cita a resolução 7/1996do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Essa resolução descreve toda a vegetação de restinga do Estado de São Paulo.
Em Itaguaré, na faixa que vai da praia até o sopé da Serra do Mar, podem ser encontradas todas as formações vegetais descritas pela resolução. Além disso, ainda foram descobertos outros dois novos tipos de florestas.
ALTA DIVERSIDADE
Boa parte dessa diversidade encontra-se hoje guardada no Herbário da Universidade Santa Cecília.
Entre 1998 e 2006, pesquisadores da Unisanta em parceria com o Instituto de Botânica (SMA/SP), catalogaram a presença de 611 espécies vegetais em Itaguaré, uma diversidade considerada “muito alta” pelo biólogo Paulo de Salles Penteado Sampaio, da Unisanta.
“A título de comparação, em Picinguaba, no litoral norte paulista, são 696 as espécies encontradas. Já na Ilha do Mel, no Paraná, são 555. Ambas, porém, são Unidade de Conservação”, explica o pesquisador.
“O último levantamento feito nesse trecho de Bertioga identificou 10 espécies que constam da lista de plantas ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo. Outras 32 são consideradas raras e duas representam a primeira ocorrência para nosso Estado. Isso ressalta ainda mais a urgência de se proteger essa área”.
A professora Celia Regina concorda. “Sabemos que existe muita pressão para ocupar Itaguaré. Mas esta é a última praia ainda preservada em toda a Baixada Santista, desde a faixa de areia até a Serra do Mar”.
SERVIÇO:
No próximo dia 27, a pesquisadora Celia Regina de Gouveia Souza estará lançando, em Santos, o livro “Restinga: Conceitos e Empregos do Termo no Brasil e Implicações na Legislação Ambiental”, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb).
ÁREA PODE VIRAR UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
No início do próximo ano, o Instituto Chico Mendes (ICMBIO), ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), deve dar início às Consultas Públicas no intuito de transformar a região que engloba a praia de Itaguaré em uma Unidade de Conservação (UC).
Caso seja aprovada, a UC envolveria uma área equivalente a 12 mil campos de futebol, indo da praia, que possui cerca de 4 km de extensão, até o sopé da Serra do Mar.
A proposta, segundo Daniel ‘Kurupira’, do Instituto Ibiosfera, já teria parecer favorável do MMA, contanto, inclusive, com apoio do secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo, Xico Graziano.
Como presidente do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), Graziano já se posicionou favorável a preservação da área, em detrimento de propostas que visam instalar empreendimentos imobiliários de veraneio ´´ opção que segundo Ingrid Oberg, chefe do escritório regional do Ibama em Santos, enfrentará sérias dificuldades com base na legislação ambiental.
“Há várias regras restritivas. Além disso, Bertioga não carece de áreas para esse tipo de expansão. A cidade possui, inclusive, loteamentos ainda não ocupados”.
Para Ingrid, caso não seja transformada em UC, Itaguaré seguirá “um modelo perverso” de ocupação, caracterizado pelo chamado ‘turismo de segunda residência’. “Estimular esse tipo de negócio é uma porta aberta para invasões”.
Atualmente, com base no texto preliminar do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) da Baixada Santista, Itaguaré aparece dividido em duas zonas.
A parte próxima à foz do rio Itaguaré está classificada como Zona 1 (preservação permanente). O restante, a maior parte da área, aparece como Zona 4, ou seja, se aprovada permite a construção de residências.
FONTE:http://atribuna.wsoma.com/noticias.asp?idnoticia=1346&idDepartamento=29&idCategoria=0
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