ARUEIRA VERMELHA . ABELHAS AFRICANAS , VESPAS PORTAM GRÃOS DE POLEN .- SCHINUS TEREBINTHIFOLIUS .


Como ler uma caixa taxonómicaAroeira-vermelha
Aroeira-vermelha

Aroeira-vermelha
Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Anthophyta
Classe:Magnoliopsida
Ordem:Sapindales
Família:Anacardiaceae
Género:Schinus
Nome binomial
Schinus terebinthifolius
Raddi 1820
Sinónimos
Sarcotheca bahiensis Turcz.
Schinus antiarthriticus Mart. ex-Marchand
Schinus mellisii Engl.
Schinus mucronulatus Mart.
Schinus terebinthifolius var. damazianaBeauverd
Schinus terebinthifolius var. raddianaEngl.
Aroeira-vermelhaaroeira-pimenteira ou poivre-rose são nomes populares da espécie Schinus terebinthifolius,[1]árvore nativa da América do Sul da família das Anacardiaceae.
Outros nomes populares: aguaraíba, aroeira, aroeira-branca, aroeira-da-praia, aroeira-do-brejo, aroeira-do-campo, aroeira-do-paraná, aroeira-mansa, aroeira-negra, aroeira-precoce, aroerinha-do-iguapé, bálsamo, cambuí, fruto-do-sabiá.

Características[editar | editar código-fonte]

Árvore de porte médio, dióica, de folhas compostas, aromáticas. Flores pequenas em panículas, fruto tipo drupa, vermelho-brilhante, aromático e adocicado. Reproduz-se por sementes ou por estacas.

Polinização[editar | editar código-fonte]

A vespa Mischocyttarus rotundicollistransportando grãos de pólen de aroeira-vermelha Schinus terebinthifolius
A espécie é generalista quanto aos polinizadores, possuindo uma vasta gama de vetores de pólen, sendo em geral polinizada efetivamente por algumas espécies de abelhas e vespas e potencialmente por diversos outros insetos.[2][3]

Ocorrência[editar | editar código-fonte]

Em boa parte da América latina, no Brasil desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, em várias formações vegetais, sendo mais comum em beiras de rios.
Variedades[4] da Schinus terebinthifolius:
  • Schinus terebinthifolius var. acutifólia - Engl. Fl. Bras. 12(2): 284 1876
  • Schinus terebinthifolius var. damaziana - Beauverd Bull. Herb. Boissier, sér. 2,5: 40 1905
  • Schinus terebinthifolius var. glazioviana - Engl.
  • Schinus terebinthifolius var. pohlianus – Engl. Fl. Bras. 12(2): 384 1876
  • Schinus terebinthifolius var. raddiana - Engl. Fl. Bras. 12(2): 384 1876
  • Schinus terebinthifolius var. rhoifolia - (Mart.) Engl. Fl. Bras. 12(2): 384 1876
  • Schinus terebinthifolius var. selloana - Engler in Mart. Fl. Bras. 12(2): 385 1876
  • Schinus terebinthifolius var. terebinthifolia
  • Schinus terebinthifolius var. ternifolia

Usos[editar | editar código-fonte]

A aroeira-salsa e a aroeira-pimenteira são usadas em culinária, recebendo na França o nome de poivre rose, um tipo de pimenta doce.
Usada em medicina popular. Indicada medicinalmente no tratamento da artrite, febres, ferimentos e reumatismos. Ávila registra os seguinte usos etnofarmacológicos: antiinflamatória, atiespasmódica, tônica, vulnerária, diurética, antileucorréica, emenagoga, adstringente, cicatrizante, balsâmica e bactericida. Assinalando ainda que com a resina azulada da casca os jesuítas preparavam o “balsamo das missões” de uso corrente entre a população cabocla[5]
De acordo com Guilherme Piso (1611 - 1678) a aroeira ou lentisco é semelhante à Murta europeia e à Molle dos peruanos tendo também propriedades comuns com o Araçá e outros vegetais adstringentes e odoríferos, sendo sua peculiaridade a emanação de uma resina fragantíssima da qual se prepara um emplastro contra as afecções frias.[6] Segundo ele extrai-se também, um óleo de suas bagas suculentas, que serve para o mesmo emprego da resina com qualidades aromáticas e quentes. Da destilação de suas folhas frescas se extrai uma água odorífera e adstringente que …”se conserva tanto para expulsar as afecções do corpo como para o luxo”.
No Brasil registra-se ainda nos candomblés jêje-nagôs o uso da aroeira comum ou aroeira-vermelha, onde é conhecida pelos nomes de àjóbi (àjóbi oilé e àjóbi pupa) seu uso nos sacrifícios de animais quadrúpedes em ebós e sacudimentos além do emprego medicinal como anti-reumático, contra feridas, inflamações, corrimentos e diarreias.[7] Barros e Napoleão, 1999 (o.c.) a definem como uma planta associada aos Orixás, Ossain, Ogun e Exu, ou seja suas características correspondem às características destes orixás enquanto categorias de classificação do pensamento mítico. Observa-se, segundo os referidos autores a crença de que pela manhã seja atribuída a Ogun, e pela tarde pertence a Exu sendo ainda utilizada na vestimenta de Ossain estabelecendo-se desse modo o nexo entre essa planta e o conjunto das narrativa míticas ao que se somam as observações adquiridas por outras comparações com vegetais de origem africana, similares as que faziam os antigos herboristas, somadas às experiências de uso secular.

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