Mata Ciliar Bertioga

16/02/2012 Município conquista verba no Fehidro para mapear rios e matas nas áreas ciliares

A Prefeitura de Bertioga concorreu e conquistou uma verba junto ao Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) para o desenvolvimento de amplo estudo para mapear e analisar o estado de conservação dos rios e matas presentes em áreas do Município. Serão investidos recursos da ordem de R$ 180 mil nesse estudo, sendo que desse total, R$ 45 mil é contrapartida da Prefeitura. Mata Ciliar é a designação dada à vegetação que ocorre nas margens de rios e mananciais. O termo refere-se ao fato de que ela pode ser tomada como uma espécie de "cílio", que protege os cursos de água do assoreamento. Diante da importância do verde para a proteção do elemento natural que é sinônimo de vida, ou seja, a água, o trabalho visa otimizar e potencializar as ações realizadas pela Prefeitura, por meio da Diretoria de Operações Ambientais (DOA), que realiza constante fiscalização nas áreas de mananciais de captação de uso público, operação ostensiva junto à Polícia Ambiental e Fundação Florestal nas áreas ciliares das unidades de conservação existentes no Município, e de diversas outras ações, como contenção de poluição dos rios, em caso de acidente com cargas perigosas. De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente,o mapeamento, além de fornecer imagens atuais e de satélites, devidamente trabalhadas, focando a questão dos recursos hídricos, possibilitará um detalhamento mais minucioso sobre a questão, e cruzamento de dados, que permitirá aperfeiçoar a metodologia do trabalho. O secretário ressalta que foi pensando nessa questão que o estudo, já iniciado, e que tem previsão de término em agosto deste ano, trará os seguintes produtos: mapeamento de todas as nascentes, rios e suas respectivas áreas de preservação permanente, conforme Código Federal; mapeamento, diagnóstico e caracterização ambiental das áreas degradadas; diagnóstico socioeconômico das ocupações em Área de Preservação Permanente (APP) Ciliar; elaboração do Plano Diretor das Áreas Ciliares; programa de recuperação e conservação das áreas ciliares; planejamento estratégico e operacional para gestão de áreas ciliares; elaboração de cartilhas de educação ambiental para comunidade e escola; capacitação dos funcionários públicos para uso em mapeamento e Sistema de Informação Geográfica (SIG); e elaboração de termo de referência para implantação de Política para Pagamento de Serviços Ambientais – PSA.A. Conforme explica a educadora ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, engenheira Florestal Maria de Carvalho, o PSA.A é uma questão que vem ganhando cada vez mais espaço nas agendas de governo de diversos países: a de que devemos pagar, também, pelos chamados ‘serviços ambientais’, prestados pelas florestas. “Sob a perspectiva dessa nova abordagem, a floresta é fonte do oxigênio que respiramos, sumidouro de gás carbônico, protetora do solo e das águas e mantenedora da diversidade biológica, fundamental à manutenção de um ecossistema equilibrado”, diz a educadora. Para todos esses ‘serviços’ prestados pela floresta é necessário transformar a preservação dessas áreas em algo financeiramente mais atrativo do que sua exploração. “É aí que entra o PSA, que é uma política que visa remunerar o proprietário para conservar matas que apresentam relevante para conservação dos recursos naturais”, ressalta Maria, lembrando que atualmente são diversas as maneiras de se estruturar uma Política de Pagamento dos Serviços Ambientais e formas de captação de recursos para remuneração dos proprietários, porém, sua consolidação é criteriosa e embasada em dados técnicos consistentes. Segundo a educadora ambiental, a realização do estudo das matas ciliares representa o primeiro dos vários passos para o início da estruturação dessa política em Bertioga. Como considerável parte da rede hidrográfica do Município localiza-se em áreas de unidade de conservação, a exemplo do Parque Estadual da Serra do Mar e do Parque da Restinga de Bertioga, o estudo contribuirá substancialmente para a elaboração do Plano de Manejo, que irá definir as diretrizes e usos dessas unidades de conservação. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO www.sositaguare.blogspot.com